A CEO Que Quintuplicou o Faturamento do Grupo Sabin

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lidia abdalla, ceo do grupo sabin

Divulgação/Grupo Sabin

Presidente-executiva do Grupo Sabin, Lídia Abdalla integra o conselho deliberativo da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica e também o conselho curador da Fundação Banco do Brasil

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Quando entrou no Sabin, aos 24 anos, a bioquímica recém-formada Lídia Abdalla assumia uma vaga de trainee no laboratório em Brasília, à época com 90 funcionários e 6 unidades de atendimento. Mais de 25 anos depois, agora na cadeira de CEO, está à frente de mais de 7 mil pessoas e 358 unidades do grupo em todo o Brasil. “O Sabin cresceu e eu fui crescendo junto”, conta.

Desde que assumiu a companhia, há 11 anos, o faturamento quintuplicou. No ano passado, foi de R$ 1,8 bilhão, alta de 12% em relação a 2023. Para 2025, a meta é manter o ritmo e chegar a R$ 2 bilhões.

De trainee a CEO

Mineira de Alpinópolis, Lídia foi para Brasília junto do então namorado (e hoje marido), que conheceu na Universidade Federal de Ouro Preto. Começou uma carreira técnica e linear, ajudando na expansão da empresa – primeiro, no Distrito Federal e, mais tarde, pelo país todo. “Liderei o projeto de expansão geográfica desde o planejamento até a execução, as negociações e os M&A’s junto com as duas superintendentes.”

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Em 2013, a empresa fundada quase 30 anos antes pelas bioquímicas Janete Vaz e Sandra Costa estava em cinco estados, além do DF. As fundadoras decidiram que era o momento de estruturar a gestão e criar o conselho de administração, onde hoje se dividem na presidência e vice-presidência. “Fui a primeira presidente do grupo depois das fundadoras. Assumi em janeiro de 2014 com o desafio de seguir crescendo geograficamente”, relembra Lídia, hoje com 52 anos.

“Talvez ali ainda não tivesse a dimensão do que seria o dia a dia”, brinca ela, que viveu diferentes momentos do setor, acompanhou a chegada de novas tecnologias e liderou a empresa em meio a uma pandemia. “Quando o Sabin ia completar 30 anos, a doutora Janete me disse para ficar tranquila porque em todos esses anos elas já haviam passado por tudo o que eu podia imaginar. E aí veio a Covid.”

Além de liderar a expansão, Lídia também tinha o objetivo de diversificar o negócio. “Até então, nossa atuação era somente em análises clínicas.” O grupo hoje tem diagnóstico por imagem, check-up executivo, 30 clínicas de imunização pelo Brasil e outros negócios, como a empresa de atenção primária Amparo Saúde e a plataforma digital Rita Saúde.

“As pessoas me perguntam: ‘não é ruim construir a carreira em uma empresa só?’ Talvez, se a empresa fosse a mesma até hoje e se eu não tivesse tido desafios e crescimento. Poderia ter passado por 5 empresas diferentes sem ter a experiência que adquiri ao longo desses 26 anos dentro do Sabin.”

Diferencial da CEO

A executiva conta que teve o privilégio de crescer em uma empresa liderada por mulheres, onde a maternidade, por exemplo, nunca foi vista como um obstáculo à carreira. “Não há nada mais forte do que o exemplo, e eu vi as fundadoras gerirem a empresa enquanto criavam cada uma os seus três filhos.”

Mas rebate questionamentos sobre ter sido escolhida para o cargo apenas por ser mulher. “Eu digo: claro que não. Elas [as fundadoras] não entregariam o patrimônio delas para uma presidente só porque ela é mulher”, afirma. “Tive as mesmas oportunidades que os homens dentro do Sabin. E naquele momento, quando elas foram escolher, eu era a pessoa mais preparada. E tinha tido meu filho.”

Além da experiência no setor de saúde e mais de 15 anos na companhia, Lídia trazia um diferencial: “Tenho uma habilidade grande de escutar e sou uma pessoa observadora, isso fez muita diferença.”

“Cargo é autoridade, e a autoridade me foi dada. Mas o que a gente vai conquistando ao longo da caminhada é o que legitima o cargo. Foi isso que aconteceu naquele primeiro ano.”

Conforme as oportunidades surgiam, ela agarrava, e então estudava e se preparava para o próximo passo. “Não entendia tecnicamente de tecnologia, por exemplo, mas sabia fazer as perguntas certas, que é o meu papel como líder.”

Há mais de 10 anos na cadeira de CEO, aprendeu a liderar no dia a dia, observando as fundadoras do grupo. “Os cursos da área de saúde são muito técnicos, não ensinam nada de administração e liderança”, diz. “A doutora Sandra e a doutora Janete sempre tiveram um modelo de gestão participativo e muito dinâmico.”

Depois de assumir as primeiras posições de liderança, a executiva mineira foi fazer pós-graduação em gestão de negócios e, mais tarde, em finanças corporativas. “Gostava de gestão de pessoas, mas não tinha conhecimento técnico. Sempre tive disciplina para buscar o que faltava.”

MBA da maternidade

Em 2007, veio mais um aprendizado, desta vez na prática, com o nascimento do seu filho, Lucas. “É um MBA à parte”, garante. “Eu planejei, mas sem receio porque tinha certeza de que teria um ambiente seguro e não perderia oportunidades, porque é isso que as mulheres pensam o tempo todo e que, infelizmente, ainda acontece nas empresas.”

Na sua visão, não existe fórmula para fazer a gestão de vida pessoal e profissional. “Muitas das escolhas que eu tive que fazer, a grande maioria eu faria igual hoje. Quando eu olho pra trás, valeu a pena. Não tem sacrifício, tem escolhas.”

Automação e produtividade

Em 11 anos, Lídia liderou 32 aquisições do grupo. Só este ano, o Sabin abriu 17 novas unidades. “Temos duas grandes avenidas de crescimento: os M&As [fusões e aquisições], e o crescimento orgânico, com a chegada em novos mercados e a abertura de novas unidades.”

O foco é especialmente o interior. “Enxergamos lá atrás as várias regiões que eram um oceano azul, com muita possibilidade de crescimento.” A empresa tem unidades em todos os estados do Centro-Oeste e grande presença no Norte e Nordeste. Não está nas capitais paulista e mineira, mas sim em grandes cidades dos estados. “Fomos identificando formas de crescer e chegar a regiões onde onde havia espaço.”

O Sabin é, hoje, o terceiro maior player de medicina diagnóstica do país, atrás apenas de Dasa e Fleury. “Nós temos o objetivo de ser o maior do Brasil, de ser o primeiro? Não, nós queremos seguir crescendo e ser melhor a cada dia. Esse é o nosso objetivo principal.”

Em 1999, era o terceiro maior laboratório de Brasília – hoje, é o primeiro. Para dar conta da proporção que a empresa tomou, inaugurou um novo prédio em 2017, onde cerca de mil pessoas trabalham. A sede abriga o Núcleo Técnico Operacional, um espaço com 12 mil m² que atende o DF e o entorno, além de receber exames especializados de outras regiões. “Há dois anos, precisamos crescer e aumentar mais uma vez a nossa capacidade produtiva.”

O NTO 4.0 (em referência aos 40 anos do Sabin), finalizado no início deste ano, aumentou em 20% a capacidade produtiva. São processados 18 mil tubos por dia em uma plataforma totalmente automatizada e com esteiras verticais. Ainda há a possibilidade de incluir novos módulos de equipamento, chegando a um aumento de 60% da produtividade. “Muitas coisas que nós, humanos, demoramos mais para fazer e com mais riscos de falha, as máquinas fazem melhor do que nós”, diz a executiva. “O profissional pode ser melhor utilizado e utilizar o melhor dele.”

Divulgação/Grupo Sabin

Novo NTO aumentou a capacidade produtiva e reduziu o tempo de conclusão dos exames

A automação também significa menos interação dos profissionais com as amostras biológicas, redução do número de tubos de coleta (com uma economia de 1,2 milhão de tubos por ano), com ganho financeiro e impacto ambiental. “Entendo que a empresa tem a responsabilidade não só de entregar valor ao acionista, mas para todos os stakeholders, e impactar a sociedade e a comunidade onde estamos inseridos.”

A trajetória de Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin

Primeiro cargo de liderança

“Como coordenadora técnica da área de endocrinologia e imunologia. Eu era jovem, recém-formada, tinha dois anos na empresa, foi um primeiro momento de frio na barriga, mas também me trouxe motivação para construir o meu caminho. Comecei a pensar: O que eu não tenho de conhecimento? Preciso saber sobre gestão de pessoas? Tenho que entender de questões administrativas? Ali foi se moldando a forma como eu recebia novos desafios, o que foi fundamental para o meu crescimento em outras posições.”

Quem me ajudou

“Além dos meus pais, sem dúvida alguma, meu marido foi fundamental, é meu grande companheiro de vida.”

Turning point

“Foi em 2009, quando eu assumi a superintendência técnica, o que me deu a base para me tornar CEO. Assumi as áreas de tecnologia, depois financeira, e aí veio o projeto de expansão geográfica do Sabin, com os M&As, e foi um novo mundo que de fato eu não conhecia. Precisei buscar conhecimento, aprendizado, vivência. Foi o momento de me desafiar ao máximo. Tanto que quando chegou o momento de elas escolherem um novo presidente para a empresa, eu fui escolhida.”

O que ainda quero fazer

“Penso em seguir a carreira executiva por mais uns 10 anos, é algo que eu gosto muito. Depois, quero atuar como conselheira de empresas e mentora para pequenos empreendedores, não necessariamente grandes empresas. O Brasil tem um número gigante de empreendedores e microempreendedores precisando de apoio, de conselho, de orientação. E eu acho que é fundamental para o país.”

Causas que abraço

“Sem dúvida alguma, o protagonismo e a liderança feminina. E também a inovação social, que eu contribuo muito e entendo que a gente tem que ter o papel de fomentar, apoiar e estimular empreendedores sociais. Em um país como o Brasil, há muita necessidade e oportunidade para isso.”





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