O HC-RP (Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto) iniciou os testes de um novo dispositivo para o tratamento de aneurismas cerebrais, que tem o objetivo de diminuir o uso intensivo de medicamentos anticoagulantes.
O estudo é coordenado elo professor Daniel Giansante Abud, do departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo).
O que é aneurisma?
O aneurisma cerebral é uma dilatação anormal, em formato de bolha, de uma artéria no cérebro, causada por uma fraqueza na parede do vaso.
Essa “bolha formada” pode crescer ao longo do tempo e, eventualmente, se romper, levando a uma hemorragia cerebral, um evento grave em que apenas um terço dos pacientes sobrevive sem sequelas.
Novo tratamento
A novidade, oferecida agora pelo HC-RP, usa um tipo de modulador de fluxo sanguíneo que evita a manutenção longa e rigorosa de medicamentos.
“A inovação está na utilização de um material diferenciado na composição da malha desses neurostents, em comparação aos outros disponíveis no mercado, o que pode permitir que os pacientes tomem menos medicação e por um período mais curto”, afirma Abud.
O objetivo é reduzir o uso e os efeitos colaterais de medicamentos após o procedimento e aprimorar a maneira como a condição é tratada, tornando o procedimento mais seguro.
O HC-RP deve tratar 100 pacientes com aneurismas cerebrais complexos, se tornando a primeira instituição do mundo a utilizar esse tipo de modulador, denominado ‘Derivo 2heal’ da empresa alemã Accandis, com um protocolo reduzido de anticoagulantes.
“Essa tecnologia de neurostents é bastante recente e começou a ser adotada em alguns países da Europa. No entanto, ela ainda segue protocolos tradicionais, que exigem dos pacientes uma dupla antiagregação plaquetária por cerca de um ano”, acrescenta Abud. O uso da nova tecnologia pelo Hospital das Clínicas é possível em razão de uma parceria com a empresa alemã.
Menos medicamentos
A novidade vai permitir que os pesquisadores avaliem se esse dispositivo consegue bloquear completamente os aneurismas em um período que pode ser de um, seis e doze meses após o tratamento.
O uso prolongado desses medicamentos pode aumentar significativamente as complicações hemorrágicas, como sangramentos gastrointestinais ou intracranianos. Além disso, há a possibilidade de complicações isquêmicas (causadas por fluxo de sangue e oxigênio inadequados), especialmente se houver uma interrupção precoce ou inadequada da terapia.
O professor explica que, para este projeto, serão utilizados dois antiagregantes plaquetários em programas isolados: um grupo usando um fármaco mais potente, o prasugrel, e outro com a aspirina, ambos em doses reduzidas, para testar a eficácia de cada programa nos períodos de seis meses e um ano.
“Esperamos que doses reduzidas dos medicamentos possam diminuir os efeitos adversos, proporcionando uma maior segurança aos pacientes sem comprometer a eficácia do tratamento”, completa Abu (com informações Agência SP).
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