A produção industrial do país teve alta de 1,1% em dezembro, sendo o quinto mês seguido com resultado positivo. Assim, a indústria brasileira fecha 2023 com alta de 0,2%. No ano anterior, o resultado tinha sido queda de 0,7%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 2 de fevereiro, pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ajuda a colocar a produção das fábricas no patamar superior ao período da pré-pandemia, 0,7% acima de fevereiro de 2020. Porém, o setor produtivo está ainda 16,3% abaixo do maior nível já registrado em maio de 2011. Apesar de o ano passado ter terminado no campo positivo, somente nove dos 25 ramos pesquisados mostraram crescimento na produção.
Os destaques positivos foram registrados por indústrias extrativas, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis e produtos alimentícios. Entre as atividades com indicadores negativos destacam-se veículos automotores, produtos químicos, máquinas e equipamentos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos.
A pesquisa registrou avanço em 14 dos 25 ramos industriais analisados em dezembro ante novembro de 2023. Em comparação a dezembro de 2022, houve avanço de 13 dos 25 ramos. A produção da indústria de bens de capital caiu 1,20% em dezembro ante novembro. Na comparação com dezembro de 2022, o indicador recuou 15,90%.
Em relação aos bens de consumo, a produção registrou alta de 1,30% na passagem de novembro para dezembro. Na comparação com dezembro de 2022, houve recuo de 0,40%. Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção subiu 6,30% em dezembro ante novembro. Em relação a dezembro de 2022, houve queda de 0,90%, segundo a pesquisa do IBGE.
Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve alta de 0,10% na produção em dezembro ante novembro. Na comparação com dezembro de 2022, a produção caiu 0,30%. Para os bens intermediários, a produção subiu 1,30% em dezembro ante novembro. Em relação a dezembro de 2022, houve alta de 3,70%.
Semestres distintos – Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, 2023 foi marcado por dois períodos distintos. O primeiro semestre teve um comportamento predominantemente negativo da indústria geral, com uma queda de 0,3%. Já no segundo semestre houve uma melhora de ritmo na produção industrial, resultando num crescimento de 0,5%.
“Isso também fica muito visível quando observamos o indicador mês contra mês imediatamente anterior, com cinco meses de taxas positivas consecutivas, culminando com a expansão de 1,1% em dezembro. Com isso, o acumulado do ano, que ficou negativo uma boa parte de 2023, passou para o campo positivo”, observa.
O pesquisador do IBGE explica que o resultado de 2023 é considerado praticamente estável, ou seja, um crescimento tímido. Entre os fatores que contribuíram para o desempenho da indústria, ele lista o comportamento positivo do mercado de trabalho, com aumento na massa de rendimentos e inflação controlada, especialmente no segmento de produtos alimentícios.
Esta semana, o IBGE divulgou que a taxa média de desemprego do ano passado ficou em 7,8% – a menor desde 2014. Já a inflação oficial terminou o ano passado em 4,62%. “Vale destacar também a contribuição positiva das exportações, especialmente no que se refere às commodities [matérias-primas básicas negociadas com preços internacionais]”, finaliza.