Com sua voz marcante e um estilo que reverberava tradição, João Carreiro, aos 41 anos, deixou um legado inegável no cenário da música sertaneja. O cantor, conhecido por resgatar a essência do sertanejo mais autêntico, veio a óbito nesta quarta, dia 3 de janeiro, em Campo Grande, após uma cirurgia para implantar uma válvula cardíaca.

Nascido em Cuiabá, Carreiro iniciou sua jornada musical nos bares e festas universitárias locais. No entanto, foi ao lado de Hilton Cesar Serafim, o Capataz, que ele ganhou notoriedade.

A dupla, unindo forças, lançou “Os brutos do sertanejo” em 2009, um álbum que se tornou símbolo do movimento “sertanejo bruto”.

Músicas como “Faculdade da Pinga” e “Descartável” não apenas conquistaram o público, mas também incorporaram um novo matiz ao gênero, resgatando o romantismo moderno entrelaçado à tradição.

A voz grave de Carreiro, mesclada ao som da viola caipira, tornou-se uma assinatura singular desse estilo, culminando no sucesso de trilhas sonoras de novelas como “Paraíso” e “Araguaia”. No entanto, a trajetória do artista foi pontuada por desafios pessoais. Em 2013, ele interrompeu sua carreira devido a problemas de saúde mental, incluindo depressão e sinais de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).

Apesar do hiato, Carreiro retornou aos palcos em 2018, revelando-se como artista solo e, recentemente, brilhando na “Fazendinha Sessions #3”. Sua última apresentação, em Pedra Preta (MT), precedeu a cirurgia cardíaca que lamentavelmente resultou em seu falecimento.

A partida precoce de João Carreiro deixa uma lacuna no coração dos fãs da música sertaneja, mas seu legado como um ícone do “sertanejo bruto” ecoará eternamente, celebrando a alma autêntica e inesquecível desse gênero musical tão amado