Quer Ser Mais Influente? Estudos Mostram que Falar Primeiro Pode Mudar o Rumo de Uma Reunião

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Durante uma reunião, as opiniões do grupo podem se formar em efeito cascata a partir da primeira voz que se manifesta

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Todo profissional já sentiu a frustração de ter boas ideias que simplesmente não ganham espaço. Você contribui com pontos relevantes, mas quando finalmente tem a chance de falar em uma reunião, a decisão já parece ter sido tomada.

Quem fala primeiro costuma definir o rumo de toda a conversa. Isso não tem a ver com ego ou senioridade. É neurociência e psicologia social. A ordem em que as vozes surgem em uma sala influencia quais ideias ganham força e quais se perdem pelo caminho. Se você entende como isso funciona, pode transformar qualquer reunião em uma oportunidade de liderar — mesmo sem ocupar o cargo mais alto.

O poder de falar primeiro nas reuniões

No estudo Team Effectiveness & Frustrations, da empresa de pesquisa e treinamento Leadership IQ, 36% dos profissionais disseram que os conflitos em suas equipes são resolvidos de forma produtiva, e apenas 18% se sentem totalmente seguros para expressar uma opinião impopular. Ou seja, a maioria espera para ver para onde a sala vai antes de falar.

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Essa hesitação é a sua oportunidade. Quando você fala primeiro, estabelece o tom. As outras pessoas, instintivamente, começam a reagir à sua ideia, seja concordando, aprimorando ou debatendo, tudo acontece nos seus termos. Isso se chama efeito manada, e é um mecanismo de influência subestimado.

Em um estudo, pesquisadores analisaram mais de 400 mil debates da Wikipedia sobre manter ou excluir novos artigos — e descobriram algo impressionante: quando o primeiro voto era para manter um artigo, as chances de essa ser a decisão final aumentavam em mais de 40%. Quando o primeiro voto era para excluir, a probabilidade de exclusão crescia em cerca de 20%. Essa simples sequência — quem fala ou vota primeiro — criou uma força gravitacional que moldou todas as discussões que vinham depois. É um exemplo marcante de como opiniões em grupo podem se formar a partir de uma única voz inicial.

Quem fala primeiro — seja o CEO ou um gerente mais confiante — cria a força gravitacional em torno da qual o resto do time orbita. A discussão não começa de um terreno neutro; começa do ponto onde essa primeira voz fincou a bandeira. Feito da maneira errada, isso pode ser lido como manipulação. Mas da maneira certa, é habilidade de liderança.

Por que a primeira voz é mais importante do que a mais alta

Os seres humanos são programados para buscar harmonia. Assim que uma opinião é colocada na mesa, ajustamos nosso pensamento, mesmo que inconscientemente, em direção a ela. Por isso, em reuniões, se você estiver preparado e tiver algo bem pensado a dizer, falar primeiro permite definir o “GPS mental” de todos os demais. Não é sobre falar alto para ser ouvido, e sim sobre oferecer clareza antes que o ruído comece.

Mas há um detalhe: falar primeiro só funciona se você tiver construído credibilidade e usar sua influência para fazer o time avançar — e não apenas a si mesmo. Quando as pessoas veem que você orienta conversas com base em insights, evidências e propósito, elas começam a buscar sua direção, mesmo quando você não está oficialmente liderando.

O inverso também é verdadeiro. Se a primeira voz na sala é reativa, egoísta ou mal informada, o grupo ainda vai segui-la — só que pelo caminho errado.

Por isso, os melhores líderes usam o efeito manada de forma intencional e ética. Eles pensam estrategicamente sobre quem deve falar primeiro, dependendo da decisão que está sendo tomada.

Todo time tem cinco papéis distintos

A maioria das pessoas presume que equipes eficazes são formadas com base em personalidades ou cargos. No entanto, dados do teste “What Type of Team Player Are You?” (Que tipo de membro da equipe você é?), avaliação criada pela Leadership IQ que identifica o papel predominante de cada profissional dentro de um time, mostram que os grupos mais bem-sucedidos equilibram cinco papéis distintos. Cada um traz um tipo diferente de inteligência para a mesa:

  • Diretores são impulsionadores decisivos. Prosperam com clareza, competição e resultados, mantendo o time focado em metas e responsabilização;
  • Realizadores são os mestres da execução. Valorizam a excelência, a precisão e o cumprimento do que foi combinado, transformando planos em resultados concretos;
  • Estabilizadores são os guardiões dos processos. Trazem estrutura, consistência e gestão de riscos, garantindo que ideias ambiciosas funcionem no mundo real;
  • Harmonizadores são a “cola” das relações. Percebem tensões cedo, resolvem conflitos e protegem a confiança e o moral que mantêm o time unido;
  • Desbravadores são os inovadores. Expandem limites, fazem perguntas provocativas e inspiram saltos criativos que o restante da equipe talvez nunca consideraria.

Cada um desses papéis traz forças essenciais. Quando as equipes reconhecem quem incorpora qual papel, conseguem acessar todo o seu potencial.

Como o efeito manada interage com os papéis do time

Dependendo do tipo de conversa que sua equipe está tendo, a pessoa que fala primeiro deve mudar. O efeito manada é poderoso quando está alinhado ao papel certo.

Se você precisa de ideias ousadas ou inovação, comece com um desbravador. Eles desafiam suposições e abrem portas mentais que os outros nem sabiam que existiam. Quando um desbravador fala primeiro, ele amplia o que é possível e torna psicologicamente seguro para os outros pensarem fora da caixa.

Se sua equipe precisa de foco, priorização e um caminho claro, o diretor deve falar primeiro. Diretores trazem confiança e senso de urgência, transformando ambiguidade em movimento. Mas eles só devem liderar quando o time corre o risco de se dispersar ou debater demais, porque sua autoridade pode, sem querer, bloquear o pensamento criativo.

Quando o objetivo é precisão, qualidade ou execução técnica, deixe um realizador abrir a conversa. Sua mentalidade analítica puxa todos na direção do rigor e dos resultados. O grupo passa a pensar em dados, métricas e excelência técnica.

Para decisões sobre risco, sistemas ou melhoria de processos, comece com o estabilizador. Eles trazem lógica estruturada e calma. Seu tom ponderado evita decisões precipitadas e garante que toda ideia ousada receba um teste de realidade antes da ação.

E quando o que está em jogo são as pessoas — como gestão de mudanças, transformações culturais ou projetos emocionalmente sensíveis —, deixe o harmonizador falar primeiro. Eles colocam a empatia em primeiro plano, lembrando ao time que, por trás de cada planilha e métrica, existem pessoas. Quando um harmonizador lidera, o grupo se orienta mais para compreensão do que para defesa.

A questão não é quem tem mais senioridade — e sim qual papel melhor se alinha ao problema que o time está tentando resolver naquele momento.

Quando o silêncio se torna a voz mais forte

O efeito manada pode jogar contra você se a pessoa errada falar primeiro, ou se todos hesitarem por tempo demais. Quando um líder sênior inicia com uma opinião forte antes que os outros tenham pensado de forma independente, o grupo tende a concordar automaticamente. O que parece alinhamento pode, na verdade, ser apenas conformidade silenciosa.

Por isso, equipes de alta performance às vezes “pré-planejam” a sequência das discussões. Elas decidem com antecedência quem deve abrir a conversa de acordo com o tipo de desafio. Algumas até rotacionam essa “primeira voz” semanalmente, permitindo que diferentes papéis moldem o enquadramento inicial conforme o que o time mais precisa.

Um diretor pode começar a sessão estratégica de uma semana. Na seguinte, um harmonizador pode abrir uma conversa sobre moral da equipe. A rotação garante que o efeito manada trabalhe a favor.

Da próxima vez que você entrar em uma reunião e se perguntar como fazer sua voz ser ouvida, lembre-se: liderar não é falar mais alto, é saber a hora certa de falar.

*Mark Murphy é colaborador sênior da Forbes US. Ele é escritor best-seller, palestrante e fundador da LeadershipIQ.com, uma empresa de capacitação em liderança corporativa.





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