Mariana Dias, CEO da Gupy: “Onde Tem Problema, Tem Oportunidade"

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Quando entrou no programa de trainee da Ambev, Mariana Dias estava certa de que queria trabalhar com vendas, não com recursos humanos. “Se não tivesse me permitido testar, não estaria aqui hoje”, diz a cofundadora e CEO da Gupy, empresa líder em tecnologia para RH no Brasil. Na fábrica da gigante de bebidas, teve uma experiência que mudaria os rumos da sua carreira. “Fábricas são ambientes fechados. Para quem trabalha com RH, é mágico: dá para testar todas as variáveis possíveis, e os dados mostram que o ativo mais importante de qualquer empresa são as pessoas.”

13º e férias remuneradas

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Filha de pequenos empresários, ela cresceu em meio ao dia a dia do negócio. Seu pai, filho de pedreiro, teve os estudos bancados pelo dono da imobiliária onde trabalhava como office boy e, anos depois, acabou comprando a empresa. “Vi esse negócio quase quebrar várias vezes. Só tinha uma certeza: queria trabalhar em uma grande empresa, com 13º salário e férias remuneradas.”

Foi ao encarar uma pilha de currículos e buscar uma solução para o recrutamento na Ambev que surgiu a ideia do que viria a ser a Gupy. “Queria tornar o processo de contratação mais assertivo, mais diverso e com uma experiência melhor para os dois lados”, diz. “O empreendedorismo apareceu como uma forma de resolver um problema, não como um sonho.”

“O ótimo é inimigo do bom. Se você esperar ter o produto 100% pronto, alguém pode sair na frente.”
Mariana Dias, cofundadora da Gupy

Muito antes do surgimento do ChatGPT e do boom da inteligência artificial, a administradora, hoje com 38 anos, já estudava maneiras de aplicá-la ao RH. “Da meia-noite às seis da manhã, eu olhava a Gupy. No restante do tempo, estava na Ambev.”

Seis meses depois, em 2015, deixou uma carreira estável para começar um negócio do zero. “Não tem fórmula mágica, tem que se arriscar.” A primeira venda da Gupy foi feita apenas com uma apresentação de slides, sem a plataforma pronta – e o cliente já queria levar a solução para toda a América Latina. “O ótimo é inimigo do bom. Se você esperar ter o produto 100% pronto, alguém pode sair na frente.”

Dois a três anos sem ganhar um real

Sem business plan, a empreendedora vendeu seu carro e, junto com os três sócios, planejou-se financeiramente para apostar no negócio. “Fizemos uma conta para ficar de dois a três anos sem ganhar nenhum real. Essa é a parte mais difícil.”

De lá para cá, conquistou mais de 80% das empresas do Ibovespa como clientes, com soluções para toda a cadeia do RH. O carro-chefe é o recrutamento: são mais de 100 mil novas posições abertas todos os meses e 12 milhões de inscrições mensais. Em 2022, Dias liderou a empresa em uma rodada de investimento de R$ 500 milhões, o maior aporte já feito em uma startup de RH na América Latina e também o maior do Brasil em uma empresa fundada por mulheres. “Tive muito mais oferta do que pude pegar, o que foi um bom sinal.”

No processo, conversou com cerca de 70 fundos do Brasil e do exterior. “Na grande maioria das vezes, não havia uma mulher na sala. Nessas horas a gente se questiona, mas é aí que me dá coragem.”

Hoje, com uma bebê de 9 meses, ela quer mostrar para seus quase 800 funcionários – 60% mulheres – que maternidade e liderança caminham juntas. “Não posso romantizar, é muito desafiador, mas com exemplos vamos tornando cada vez mais possível.”

As licenças da CEO e da COO – sua cofundadora e, mais tarde, também esposa –, foram bem planejadas. “Ninguém é insubstituível. Eu tenho um impacto importante na Gupy, mas se isso fosse um problema, já diria muito sobre a minha liderança.” Ela gosta de desafiar o time e não hesita em chorar em uma reunião. “Amo ser a pessoa da visão e combinar o lado visionário com o humano. É daí que vem minha maior potência.”

Reinvenção constante

A empreendedora se provoca para buscar reinvenção o tempo todo – e puxa o time para fazer o mesmo. “Sou a maior entusiasta da IA, mas da IA regulada”, pondera. “Mais do que nunca, o humano será essencial. Porque, em um mundo onde a tecnologia se torna mais acessível, o que vai diferenciar as empresas? As pessoas.”

Mariana também é conselheira da Endeavor e cofundadora da Máfia do Moscatel, iniciativa que apoia mais de 100 mulheres fundadoras. “Agora, com uma menininha, tenho me desafiado ainda mais a criar um mundo melhor.”

Em uma jornada recheada de desafios, entre convencer o mercado e captar investimentos, ficou uma lição: “Não desperdice uma crise. O que você faz nos momentos difíceis é o que te diferencia”, diz ela, ao contar como dobrou o tamanho da empresa após perder 70% dos clientes durante a pandemia. “Eu gosto do problema. Se pudesse escolher um país para empreender, mesmo com todos os desafios, ainda escolheria o Brasil. Porque onde tem problema, tem oportunidade.”

*Matéria originalmente publicada na lista Forbes The Founders 2025.

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