Hoje CTO do QuintoAndar, Paulo Golgher Relembra como Foi Abrir as Portas do Brasil para o Google

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Foto de Paulo Golgher, Chief Technology Officer (CTO) do QuintoAndar, um dos cofundadores da Akwan

Divulgação/QuintoAndar


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“O que é sucesso?” A indagação foi feita por Paulo Golgher, Chief Technology Officer (CTO) do QuintoAndar, ao ser questionado sobre quais atributos o levaram a uma carreira bem-sucedida na tecnologia. Afinal, antes de liderar um time de 900 profissionais no unicórnio do setor imobiliário, trabalhou por mais de 15 anos no Google, após ser “encontrado” pela Big Tech em meados dos anos 2000, enquanto a gigante de Mountain View começava sua expansão global.

Entusiasta de computadores e videogames desde a infância, o caminho de Paulo até a formação em ciência da computação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi “natural”. O ponto fora da curva na trajetória acadêmica foi a experiência com a Akwan, empresa responsável pelo “TudoBR”, buscador 100% brasileiro.

“Eu venho de uma família, digamos, acadêmica. Era o que eu achava que faria, sabe? Mas durante o mestrado eu já estava envolvido com a Akwan”, relembra Golgher, à época, escolhido pelos colegas para ser o CTO da startup. “Metade da equipe veio do grupo de pesquisa do Laboratório de Tratamento de Informação, liderado pelo Nívio Ziviani [professor emérito da UFMG] e pelo Berthier Ribeiro-Neto, que posteriormente se tornou o nosso CEO.”

Coincidentemente, na Califórnia, especificamente na Universidade de Stanford, em 1998, Larry Page e Sergey Brin, estudantes de doutorado em ciência da computação, também criaram uma empresa de organização e busca de informações online com base em seus projetos acadêmicos: o Google. Para o brasileiro, a área era “quente” nos anos 1990.

Dois anos depois, em 2000, nascia oficialmente a Akwan. “Começamos a vender a nossa tecnologia para outras instituições e (meio que) dominamos o mercado brasileiro, que não era enorme. Grandes portais, como UOL, IG e a Editora Abril utilizavam os nossos produtos. Passamos quatro anos tocando a empresa, que hoje seria chamada de startup.”

A aterrissagem do Google em Belo Horizonte

O elo entre a máquina de buscas brasileira e a companhia mais badalada do mundo no início do século se deu por meio de Luiz André Barroso — considerado o “inventor” do atual modelo de data centers e falecido em setembro de 2023, aos 59 anos.

“Ele ligou para a gente e falou: ‘O Google quer se expandir para a América Latina e eu estou tentando convencê-los a fazer um escritório no Rio de Janeiro. Mas vocês são pessoas que estamos monitorando, me mande um documento com a descrição do que vocês fazem.’”, conta Paulo, que foi às pressas escrever o material ao lado do CEO, Berthier. “Depois do envio, o Luiz André disse que o vice-presidente de engenharia, o número três do Google, passaria em Belo Horizonte para conversar conosco.”

Ao desembarcar em Minas Gerais, Wayne Rosing comentou ao longo da apresentação da dupla de pesquisadores da UFMG que presenciou uma demonstração muito semelhante há algum tempo: a de Larry Page e Sergey Brin. A partir do encontro, o norte-americano decidiu que assinaria um compromisso de confidencialidade para saber tudo sobre a tecnologia e negócios da Akwan.

Algumas semanas se passaram até que outra ligação aconteceu. “Eles falaram: ‘Nós queremos comprar a empresa para ser a semente do nosso Centro de Desenvolvimento na América Latina.’”, afirma Paulo.

“Não estavam interessados na nossa tecnologia”

O processo para a validação do negócio foi longo e doloroso, de acordo com o executivo. Como grande parte dos pequenos empreendimentos no Brasil, a Akwan não tinha operações importantes estabelecidas e organizadas, a contabilidade, por exemplo. No entanto, o talento da equipe foi decisivo. 

“Durante essa etapa, uma equipe veio para entrevistar todo mundo. Eles ficaram super impressionados e foi aí que o negócio começou a andar. O Google não estava interessado na nossa tecnologia, eles estavam interessados nas pessoas. Parte do acordo era que cada um dos engenheiros permanecesse como funcionário do Google.”

O CTO compartilha que, naquele momento, a sensação foi de dever cumprido. “Quem estava lá queria participar de um sonho. Todos poderiam ter empregos melhores, ganhar muito mais em outros lugares, mas eles ficaram e não era fácil, trabalhávamos muito.”

A delegação brasileira em Mountain View

Quando a Akwan se tornou Google Brasil, a equipe brasileira foi a primeira fora da Califórnia a trabalhar com o ranking de buscas, “era o que a gente sabia fazer”, explica Golgher. Algum tempo depois, houve uma divisão para que um time atuasse com o Orkut, recém-adquirido pela companhia, e outro com a qualidade de busca.

“A gente fez algumas coisas com o Orkut e depois com o Google+. Foi bastante divertido. A publicação que anuncia a morte do Orkut é assinada por mim”, comenta o executivo. “Inclusive, me juraram de morte por causa disso”, acrescenta em tom jocoso.

O fim de um relacionamento de 16 anos

“O Google é uma empresa fantástica, mas chegou um momento em que questionei se não estaria acomodado, se deveria fazer algo diferente. Então, fiquei aberto a novas oportunidades”, conta Paulo. 

Antes de conversar com alguns fundadores e executivos, o mineiro havia decidido que gostaria de trabalhar novamente com brasileiros. O sentimento era de que gostaria de “ajudar” o ecossistema nacional — mesmo que de longe, à época, Golgher estava na Califórnia.  

“O Quinto Andar foi a oportunidade que me chamou mais a atenção. Eles estavam em busca de alguém experiente, especialmente na gestão de equipes grandes. Além disso, eu fiquei muito impressionado com a ambição dos sócios, eles queriam solucionar um problema muito relevante, que é a moradia”, pontua o CTO, que lidera a equipe de tecnologia do unicórnio imobiliário desde agosto de 2021. 

Quatro anos depois da transição, o membro da equipe fundadora da Akwan reflete: “Uma das coisas que acontecem quando você está em uma empresa como Google é que você sente o tamanho. Por mais sênior que você seja, você é uma engrenagem dentro de uma parafernália gigantesca. Eu estava sentindo falta dessa noção de que você pode causar impacto.”

O que é sucesso?

Ao ser questionado sobre quais atributos o levaram ao sucesso profissional, Paulo diz que tem “dificuldade de achar que é um sucesso”. Para ele, a sorte foi um fator importante para a história.

“Eu acho que é um monte de sorte, para te falar a verdade. É claro que eu sempre me envolvi e levava as coisas a sério, mas eu acho que tem um grande componente de sorte. Então, eu gostaria de falar que foi graças ao meu mérito, porém, eu não acho.” 

Apesar de questionar os adjetivos que poderiam definir sua trajetória, o veterano em ciências da computação da Universidade Federal de Minas Gerais enfatiza: “Eu não mudaria nada.”

Cinco curiosidades sobre a chegada do Google ao Brasil:

  • Primeiro escritório foi em Belo Horizonte: o Google chegou oficialmente ao Brasil em 2005, ao adquirir a empresa Akwan Information Technologies, fundada por professores da UFMG. Esse foi o primeiro Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Big Tech na América Latina.
  • Berthier Ribeiro-Neto foi peça-chave: o engenheiro Berthier Ribeiro-Neto, um dos fundadores da Akwan, teve papel central na integração com o Google e se tornou um dos principais nomes da empresa globalmente, ajudando a consolidar o centro de engenharia no país.
  • Expansão para São Paulo: após Belo Horizonte, o Google abriu um escritório em São Paulo, na região da Faria Lima. Em 2023, inaugurou um novo espaço na Vila Olímpia, com foco em Cloud e Engenharia.
  • Brasil entre os maiores mercados: o país está entre os cinco principais países em uso de produtos como YouTube, Gmail, Chrome e Android, todos com mais de um bilhão de usuários globalmente.
  • Fábio Coelho lidera o Google Brasil desde 2011: o presidente do Google Brasil é Fábio Coelho, engenheiro formado pela UFRJ com pós-graduação em Harvard. Antes do Google, passou por empresas como Gillette, PepsiCo e IG.





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