
Eduardo Gaspar/Agência Petrobras
Pela primeira vez na história, a alta liderança da Petrobras tem maioria feminina. Com o retorno de Angélica Laureano – executiva com 45 anos de carreira, sendo 37 deles na estatal –, a diretoria executiva agora tem cinco mulheres entre os nove integrantes (55% do total). Uma delas é a presidente, Magda Chambriard.
“Estamos comprometidas em ampliar a participação feminina em todos os setores da Petrobras porque acreditamos que o ambiente de trabalho é mais saudável e produtivo quando há diversidade na equipe”, disse a presidente em comunicado divulgado pela empresa.
“Espero que possamos inspirar outras mulheres a almejarem posições de liderança, especialmente no setor de petróleo e gás, ainda majoritariamente masculino.”
Magda Chambriard, presidente da Petrobras
Nova diretora da Petrobras
Angélica Laureano, até então presidente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil, assume a diretoria de transição energética e sustentabilidade da Petrobras.

Fernando Souza/Agência Petrobras
Angélica Laureano trabalhou 37 anos na Petrobras e retorna à estatal como diretora de transição energética e sustentabilidade
A executiva trabalhou nas áreas de materiais, abastecimento, gás e energia, e foi presidente da Gaspetro, subsidiária da Petrobras em parceria com a Mitsui Gás, responsável pela gestão de participação em 19 distribuidoras de gás natural em diversos estados do Brasil. Após a aposentadoria na Petrobras, atuou como consultora na área de gás natural.
A engenheira se une a Clarice Coppetti, Renata Baruzzi, Sylvia Anjos e à presidente Magda Chambriard na diretoria executiva. “Estamos na vanguarda”, diz Laureano sobre a liderança feminina na estatal.
A companhia é exceção entre as empresas listadas na bolsa brasileira. O estudo “Mulheres em ações”, divulgado pela B3 em setembro de 2024, aponta que apenas 6% das 359 companhias listadas possuem três mulheres ou mais em sua diretoria estatutária. Em 59% dessas empresas, não há nenhuma representação feminina na diretoria.
“Quando entrei na Petrobras, em 1980, era uma empresa de ampla maioria masculina, com menos de 10% de empregados mulheres”, diz. Hoje, as mulheres representam pouco mais de 17% do quadro de funcionários e 24% da liderança. “A empresa vem realizando um intenso trabalho de inclusão e um movimento de ampliação da participação feminina em cargos diretivos.”
Transição energética e sustentabilidade
A diretoria de transição energética e sustentabilidade foi criada em abril de 2023, com o objetivo de concentrar e potencializar as ações da companhia. “A nossa ambição é que a Petrobras seja líder na transição energética justa. Vamos liderar pelo exemplo e fazer a lição de casa avançando na descarbonização das operações.”
A área reúne os processos de gás e energia, mudanças climáticas, descarbonização e energias renováveis, além de atuar com outras áreas da companhia. “Vamos seguir reduzindo as emissões das nossas operações, com projetos que vão da otimização na eficiência energética à eletrificação de plataformas, refinarias e terminais, com projetos de geração de energia solar, por exemplo.”
Laureano quer garantir que os processos internos também sejam feitos fora da empresa. “Queremos também liderar a transição energética da porta para fora, provendo o mercado e a sociedade de novos combustíveis sustentáveis para caminhões, carros, navios e aviões.”
A companhia já está produzindo o Diesel R5 e o Biobunker B24, e se prepara para o bioquerosene de aviação (SAF). “Vamos fazer parcerias em etanol, biodiesel, biometano, todos combustíveis com conteúdo renovável.”
“Para liderar o futuro, vamos avançar nas parcerias e projetos em energia solar, hidrogênio, CCUS [Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono] e na pesquisa, desenvolvimento e inovação em transição energética.”
Angélica Laureano