O Que Perfis Curiosos do Linkedin Dizem sobre o Trabalho no Brasil

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Foto ilustrativa de um papai noel

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Profissionais de todos os contextos, do chão de fábrica ao home office, têm usado as redes para mostrar o que sabem fazer

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Papais noéis, mecânicos, palhaços, celebridades e muito mais. Esses não são exemplos que normalmente associamos a uma rede social voltada à vida profissional, mas eles estão lá, lado a lado com engenheiros(as), advogados(as) e CEOs. E isso diz muito sobre como o mundo do trabalho está mudando, e como o Brasil vive essa transformação de forma muito particular.

Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, uma pessoa adulta passa, em média, cerca de um terço da sua vida ativa trabalhando. São muitas horas por semana, muitos anos seguidos. Então, não deveria ser apenas sobre bater metas ou entregar tarefas, mas também sobre aprender, errar, trocar ideias e criar vínculos. Talvez por isso, atualmente, tanta gente queira contar como vive essa experiência. Mostrar algo que deu certo, dividir um desafio, compartilhar um aprendizado. 

Esse novo cenário é resultado de várias mudanças que estão transformando a sociedade, como o crescimento do trabalho autônomo, que une criatividade e necessidade, características típicas dos(as) brasileiro(as). Também o surgimento de novos cargos, muitas vezes, difíceis de definir de imediato – afinal, o que faz exatamente um(a) gestor(a) de comunidade? Ou um(a) engenheiro(a) de prompts? Nas plataformas online, a resposta aparece na prática: em posts, relatos, trocas. E, talvez a transformação mais importante, há uma mudança de perspectiva sobre quem pode, e deve, participar das conversas sobre o mundo do trabalho.

O que se vê ali, hoje, é um retrato das diferentes formas de trabalhar, se sustentar, se reinventar. Profissionais de todos os contextos, do chão de fábrica ao home office, têm usado as redes para mostrar o que sabem fazer e também aprender o que ainda podem melhorar. E isso não está mais restrito a quem ocupa cargos altos ou tem um diploma prestigiado. No fim das contas, todo mundo quer compartilhar conquistas e aprendizados. Por isso, que bom que  já vemos muitos profissionais postando com orgulho de uma maquiagem bem feita, de uma venda difícil que se concretizou, de uma vitrine montada com cuidado ou de um carro finalizado com precisão na linha de produção. Cada um com seu jeito, sua linguagem, sua história.

E o mais interessante é que também há espaço para a vulnerabilidade. Muitos têm compartilhado o que não deu certo, um erro no atendimento, um projeto que não saiu como o esperado, um desafio enfrentado no dia a dia. Esses relatos mostram que aprender em público, com coragem e transparência, também é uma forma de construir autoridade.

A nova forma de se posicionar

Essas mudanças de perspectiva não são apenas conceituais, elas se manifestam todos os dias em como as pessoas escolhem contar suas histórias. Vi, recentemente, o caso de um profissional da área da beleza que começou a publicar relatos dos seus atendimentos no LinkedIn, compartilhando não apenas o resultado das maquiagens, mas também as histórias por trás de cada encontro. Ele escrevia sobre os pedidos inusitados, os dilemas das clientes, os aprendizados técnicos e humanos que surgiam a cada sessão. Além de atrair novos trabalhos, passou a ser convidado para ações internas em empresas, algo que não fazia parte do seu escopo inicial. Ou seja, a forma como passou a se posicionar na rede, atraiu novas oportunidades de negócio. E ele não está sozinho: histórias como essa têm se multiplicado e mostram que, mais do que mostrar o que se faz, há valor em mostrar como se faz. Afinal, quem não gosta de uma boa história?

Esse tipo de uso chama atenção porque revela o valor da narrativa profissional como ferramenta de reconhecimento. Não se trata apenas de “estar no LinkedIn”, mas de entender o ambiente como uma vitrine – não no viés publicitário, mas no sentido narrativo. Pessoas que antes não se viam como parte de um espaço considerado “corporativo” agora estão escrevendo sobre suas próprias perspectivas e visões do mundo do trabalho, e esse conteúdo é riquíssimo.

Um jeito brasileiro de se conectar

Quando olhamos para o uso do LinkedIn em diferentes países, o comportamento brasileiro se destaca por sua informalidade e abertura. Nos Estados Unidos, por exemplo, o conteúdo tende a ser mais técnico e centrado em realizações. Em países como Alemanha ou Reino Unido, a hierarquia é mais rígida, e o tom costuma ser mais formal. 

No Brasil, a lógica é outra. A hierarquia existe, mas temos uma forte cultura de conversa, de aproximação, de troca, que se reflete na forma como os(as) usuários(as) participam das redes profissionais. Essa disposição para o diálogo cria um ambiente em que perfis fora do universo corporativo tradicional se sentem à vontade para se expressar. Profissionais da educação, da gastronomia ou que prestam serviços diversos encontraram no LinkedIn reconhecimento e escuta.

É essa característica que ajuda a explicar por que o Brasil tem se tornado referência na diversidade de perfis ativos na plataforma. A abertura para ouvir o que vem de fora dos escritórios, a curiosidade por outras experiências e a leveza na comunicação têm permitido que mais pessoas ocupem esse espaço. A consequência é um ambiente mais rico, em que diferentes olhares se encontram e o aprendizado profissional acontece na troca, sem depender de crachá, cargo ou currículo.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para América Latina e África

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.





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