Renda Extra ou Promoção? As Estratégias da Geração Z e dos Millennials para Dobrar a Renda

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Jovens profissionais da Geração Z avaliam os caminhos para ganhar mais e driblar a insegurança econômica

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Diante do aumento do custo de vida, da instabilidade no mercado e de uma nova relação com o trabalho, muitos jovens profissionais da Geração Z não estão mais esperando promoções ou reajustes inflacionários. Eles estão assumindo o controle financeiro – seja pedindo um aumento ou criando uma fonte de renda extra.

Enquanto alguns têm sucesso negociando melhores salários, outros estão mergulhando no universo dos freelas e do empreendedorismo.

Mas qual dessas estratégias funciona melhor? Vamos analisar cada caminho e o que a Geração Z e os millennials devem considerar na hora de decidir como aumentar a renda em 2025.

A ascensão da autodefesa financeira

A Geração Z está entrando no mercado de trabalho com menos paciência e mais pragmatismo. Eles querem propósito, sim, mas querem dinheiro também.

O “polywork” – a tendência de acumular empregos em vez de depender de uma única fonte de renda –, não é algo novo, mas vem crescendo por conta da mentalidade e das necessidades dos jovens.

No Brasil, 60% dos profissionais têm dois ou mais trabalhos, segundo uma pesquisa da Hostinger, empresa de hospedagem de sites, realizada entre agosto e setembro de 2024 nas principais capitais do país.

De acordo com o levantamento, 31% dos brasileiros que buscam uma fonte de renda extra têm como principal objetivo garantir segurança financeira, 26% buscam complementar os ganhos e 25% desejam alcançar um sonho pessoal.

Segundo um relatório recente da Side Hustle Nation, plataforma sobre renda extra e trabalho paralelo, quase dois terços dos jovens entre 18 e 35 anos nos EUA já têm ou planejam iniciar uma atividade paralela, motivados pelo aumento do custo de vida e pela flexibilidade que os “bicos” oferecem.

Ao mesmo tempo, esses jovens profissionais estão mais assertivos quando o assunto é seu valor no emprego formal. Dados da Nasdaq mostram que 55% da Geração Z negociaram seu salário inicial — mais do que qualquer outra geração.

Seja por meio do empreendedorismo ou da negociação direta, os jovens estão mais dispostos a falar sobre dinheiro.

Negociação salarial

Ideal para quem: já está consolidado na função, quer crescer dentro da empresa e prefere uma fonte de renda estável.

Negociar salário pode não parecer glamouroso, mas é uma das formas mais eficazes de aumentar sua renda — especialmente se você já demonstrou seu valor no cargo atual.

Segundo uma análise do instituto de pesquisa Pew Research, dois terços das pessoas que pediram um aumento receberam uma proposta melhor, e 38% delas conseguiram mais do que pediram.

Para especialistas em carreira, negociar é uma das únicas formas de buscar salários mais altos desde o começo. O professor universitário e colaborador da Forbes Benjamin Laker recomenda mirar um reajuste realista, entre 5% e 10%, e alinhar o pedido aos objetivos do negócio para aumentar as chances de sucesso.

Vantagens da negociação salarial:

  • Aumentos acumulados ao longo do tempo impulsionam a renda futura;
  • Fortalece a confiança e habilidades de argumentação;
  • Reforça sua imagem profissional dentro da empresa.

Desafios:

  • Pode ser desconfortável, especialmente se você não tem margem de negociação;
  • Exige preparo, pesquisa e bom timing;
  • Não resolve insatisfações profundas com o cargo ou a empresa.

Se você tem bom desempenho e não passa por uma revisão salarial há um tempo, talvez seja a hora de iniciar essa conversa.

Renda extra

Ideal para quem: busca flexibilidade, liberdade criativa ou se sente estagnado no trabalho atual.

As rendas extras evoluíram e hoje englobam desde consultorias digitais e aulas online até revendas, negócios de nicho e criação de conteúdo.

De acordo com pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA, três a cada dez jovens brasileiros até os 27 anos querem empreender.

Nos EUA, 26% da Geração Z já têm um “bico”, segundo o canal de notícias americano Scripps News. E mais da metade espera gerenciar múltiplas fontes de renda nos próximos cinco anos.

Um estudo da LendingTree, marketplace de empréstimos online, apontou que, em média, essas atividades geram cerca de US$ 1.200 por mês — embora a mediana fique em torno de US$ 400. Mais importante ainda: 61% dos entrevistados afirmam que essa renda extra é essencial para pagar as contas.

Vantagens da renda extra:

  • Garante mais autonomia financeira e liberdade criativa;
  • Desenvolve habilidades valorizadas no mercado;
  • Pode se transformar em um negócio em tempo integral.

Desafios:

  • Exige tempo e disciplina fora do expediente;
  • A renda pode ser instável ou demorar para engrenar;
  • Risco de sobrecarga se não houver equilíbrio.

Como escolher o que funciona para você

Em vez de se perguntar qual estratégia é “melhor”, pense em qual faz mais sentido para a sua realidade hoje.

Reflexões úteis:

  • Tenho argumentos e resultados que me dão força em uma negociação salarial?
  • Meu trabalho atual é uma escolha de longo prazo ou uma etapa temporária?
  • Tenho tempo – mesmo que em blocos curtos – para me dedicar a um projeto paralelo?
  • O que mais me motiva: crescer na carreira ou ter liberdade criativa?

Responder a essas perguntas pode te ajudar a identificar o caminho que melhor combina com seu momento e seus objetivos.

Dá para fazer os dois?

Em muitos casos, sim, mas com estratégia.

Alguns profissionais negociam salários melhores no trabalho enquanto tocam uma consultoria ou empresa paralela. Outros usam a renda extra para bancar cursos e certificações que aumentam seu valor no emprego formal. Com equilíbrio, isso pode gerar mais segurança financeira e acelerar sua evolução profissional.

Mas atenção: estabeleça limites. Defina horários para os projetos paralelos. Verifique se há cláusulas de conflito de interesse no seu contrato. E seja honesto consigo mesmo sobre o que consegue sustentar a longo prazo.

Assuma o controle da sua trajetória financeira

Num mercado de trabalho moldado pela automação e por novas prioridades, a Geração Z e os millennials não estão mais presos às avaliações anuais nem à velha escadinha corporativa. Estão traçando seus próprios caminhos (dentro e fora do escritório), e muitas vezes os dois ao mesmo tempo.

*Andrew Fennell é especialista em carreiras e fundador da StandOut CV. Ele escreve sobre elaboração de currículos e estratégias de busca de emprego para líderes há mais de 10 anos.





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