Brian Snyder/File Photo/Reuters
Acessibilidade
De acordo com dados do Departamento do Trabalho, divulgados nesta quinta-feira (3), o mês de junho teve um sólido crescimento de postos de trabalho nos EUA, com 147 mil postos de trabalho abertos — excluindo os do setor agrícola –, avanço de três mil em relação ao mês passado. Já taxa de desemprego recuou 4,1%. Indicadores, incluindo o número de pessoas que solicitaram auxílio-desemprego, vêm apontando para uma fadiga do mercado de trabalho, após forte desempenho que protegeu a economia da recessão, uma vez que o banco central dos EUA apertou agressivamente a política monetária para combater a inflação alta.
Os números indicam um mercado de trabalho estável que pode levar o Federal Reserve (FED) a adiar o corte da taxa de juros até setembro. Economistas consultados pela Reuters previram criação de 110 mil vagas, depois de um ganho de 139 mil relatado anteriormente em maio. As estimativas variaram de 50 mil a 160 mil empregos.
O relatório foi publicado um dia antes do normal devido ao feriado do Dia da Independência na sexta (4). Apesar do resultado maior do que o esperado, o crescimento do emprego está desacelerando, refletindo principalmente uma fraqueza nas contratações. As demissões continuam bastante baixas, com os empregadores mantendo trabalhadores, após as dificuldades de encontrar mão de obra durante e após a pandemia da covid-19.
Expectativas
Economistas afirmam que o foco do presidente americano, Donald Trump, no que eles chamam de políticas anticrescimento, incluindo tarifas abrangentes sobre produtos importados, deportações em massa de imigrantes e cortes acentuados nos gastos do governo, mudou a percepção do público sobre a economia.
A confiança das empresas e dos consumidores aumentou após a vitória de Trump na eleição presidencial em novembro passado, na expectativa de cortes de impostos e de um ambiente regulatório menos rigoroso, mas passou a cair dois meses depois.
A maioria dos economistas espera que a taxa de desemprego aumente até o segundo semestre deste ano e, potencialmente, incentive o Fed a retomar seu ciclo de afrouxamento da política monetária em setembro.
No mês passado, o o banco central americana manteve sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50%, onde está desde dezembro. Na terça-feira (1º), o presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou os planos do Fed de “esperar e saber mais” sobre o impacto das tarifas sobre a inflação antes de reduzir os juros novamente.