O processo de transição da gestão municipal em Ribeirão Preto trouxe à tona um grave cenário fiscal. Segundo um relatório divulgado pela equipe do prefeito eleito Ricardo Silva (PSD), a cidade enfrenta um déficit de aproximadamente R$ 2 bilhões em seu orçamento, colocando em risco os planos para a administração pública nos próximos anos.
O levantamento foi apresentado após análise inicial das contas da prefeitura, revelando um panorama preocupante para a nova gestão, que assumirá em janeiro de 2025. Segundo o documento, o valor acumulado reflete uma combinação de má gestão financeira, despesas não planejadas e um alto volume de precatórios, que têm impactado significativamente as finanças municipais.
Precatórios e Desafios Fiscais
Os precatórios, que representam dívidas judiciais acumuladas pelo município, são um dos principais componentes desse rombo. Somente em 2024, a prefeitura precisou destinar uma grande parte de seus recursos para o pagamento dessas obrigações, o que comprometeu a capacidade de investimento em outras áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura.
Além disso, o relatório aponta que houve subestimação de despesas em diversas áreas do orçamento público, criando uma pressão fiscal que exigirá medidas severas da próxima administração. Segundo a equipe de transição, será necessário reestruturar as finanças do município para evitar o colapso de serviços essenciais.
Impactos na Nova Gestão
Ricardo Silva, que venceu as eleições municipais com a promessa de promover uma gestão eficiente e responsável, já declarou que enfrentará um cenário econômico adverso. Em declarações recentes, o prefeito eleito afirmou que sua prioridade será buscar soluções para equilibrar as contas públicas, sem comprometer os serviços oferecidos à população.
Entre as alternativas em estudo, está a renegociação de dívidas, corte de despesas e a criação de programas de austeridade. No entanto, Silva destacou que o apoio da Câmara Municipal e a colaboração dos diversos setores da sociedade serão fundamentais para superar a crise fiscal que a cidade enfrenta.
Projeções para o Futuro
Com o rombo orçamentário de R$ 2 bilhões, a gestão 2025-2028 terá que lidar com restrições severas, o que pode comprometer novos investimentos e programas sociais em Ribeirão Preto. As áreas de maior risco são infraestrutura urbana e mobilidade, que dependem de grandes recursos para modernização e expansão. Também há preocupação com a capacidade de manter o nível de atendimento na saúde e na educação pública, setores já fragilizados pela crise econômica.
Apesar do cenário negativo, a equipe de Ricardo Silva se comprometeu a apresentar um plano de recuperação até o início de 2025, com o objetivo de ajustar as contas sem paralisar os projetos em andamento. O desafio será conciliar a busca por equilíbrio fiscal com as expectativas da população, que espera melhorias concretas em serviços básicos e políticas públicas.
Repercussão Política
A divulgação do relatório gerou repercussão imediata na Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Vereadores da oposição criticaram a gestão anterior e questionaram como o município permitiu que as contas chegassem a esse ponto. Já aliados do prefeito eleito defendem que o próximo governo precisará de apoio e compreensão diante do quadro herdado.
As discussões sobre o orçamento devem se intensificar nos próximos meses, especialmente com a necessidade de aprovar o plano plurianual (PPA) para 2025-2028. O envolvimento da sociedade civil e dos órgãos de controle também será essencial para garantir a transparência e a responsabilidade fiscal na condução das finanças públicas.
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