Cocaína e remédio foram achados no mar do litoral norte de SP; Entenda

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Uma pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) identificou componentes de cocaína, cafeína, anti-inflamatório e outros fármacos, na água do mar de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo.

Os componentes foram identificados pela doutoranda Luciana Rocha Frazão, do Instituto de Oceanografia (IO/USP), que investigava a presença de fármacos e suas possíveis consequências à biota regional em “áreas de alto valor ecológico” da Enseada do Flamengo e Baía de Ubatuba.

Nas amostras coletadas, desde a região litorânea até áreas mais afastadas da costa, foram identificados 15 componentes-alvos.

A pesquisa não identifica como os componentes chegaram no mar, contudo, a principal hipótese é de que eles tenham sido levados pelo despejo de esgoto no mar, a partir da urina e fezes humanas.

 As características físico-químicas deles não permitem uma diluição por completo e os tratamentos de esgoto não eliminam esses compostos, até porque são muitos e não se sabe os efeitos deles

disse Luciana em uma publicação do IO/USP

Segundo o instituto, o fato de haver componentes tanto na costa, quanto mais adentro no oceano, indica “extensa contaminação com baixo nível de diluição por toda a costa marinha“.

Contaminação

De acordo com a pesquisadora, as consequências da contaminação afetam tanto a cadeia alimentar oceânica, como também as trocas gasosas entre o oceano e a atmosfera.

Pode haver perda ou mudanças no comportamento de espécies, diminuindo a diversidade regional e a pesca. Assim como menor absorção de gás carbônico pelo mar e liberação de oxigênio para a vida terrestre.

Os fitoplâncton, microorganismos marinhos fotossintetizantes, são são responsáveis por cerca de 50% na produção de gás oxigênio para a vida terrestre, conforme o Instituto de Oceanografia da USP.

Mas eles são sensíveis ao aumento da temperatura – o que também tem ocorrido por conta do aquecimento global – e à presença de poluentes na água do mar, como os que foram encontrados na pesquisa.

Quanto menos gás carbônico e oxigênio os mares captam e liberam, respectivamente, maiores são as chances de um agravamento do efeito estufa e vice-versa.

É por isso que, em sua tese, Luciana ressalta a definição da Organização das Nações Unidas (ONU) de Tripla Crise Planetária, considerando que as três principais crises ambientais da atualidade são a mudança climática, a perda de biodiversidade e a contaminação química.

De forma semelhante às emissões de dióxido de carbono na atmosfera, cujo acúmulo de longo prazo levou ao efeito estufa e à atual crise climática, os PPCPs (poluição por produtos farmacêuticos e de uso pessoal, na sigla em inglês) também podem se acumular lentamente. Esse acúmulo pode resultar em mudanças significativas que passam despercebidas até que um ponto de inflexão seja atingido, o que pode levar a consequências graves e irreversíveis para os ecossistemas marinhos

diz a pesquisadora da USP

*Com informações de Giovanna Castro, da Agência Estado


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