O aumento de casos de HIV entre idosos tem chamado a atenção de especialistas da área da saúde no Brasil. Segundo dados apresentados em um evento nacional de saúde pública, a população acima dos 60 anos tem registrado uma alta significativa no número de diagnósticos nos últimos anos.
A geriatra Ana Lúcia Mendes, que participou do evento, destacou que o envelhecimento ativo e o uso de medicamentos como o Viagra têm levado a uma maior atividade sexual entre idosos, muitas vezes sem o uso de preservativos. “É fundamental conscientizar que a prevenção não tem idade”, afirmou a médica.
Números em crescimento
Relatórios do Ministério da Saúde mostram que o número de casos de HIV em pessoas acima de 60 anos cresceu cerca de 30% na última década. A falta de campanhas voltadas para essa faixa etária é apontada como uma das principais razões para o aumento.
Além disso, o diagnóstico tardio é outro problema: muitos idosos só descobrem que têm o vírus quando a doença já está em estágio avançado, o que dificulta o tratamento.
Desafios enfrentados
Entre os obstáculos para conter o avanço do HIV nessa população estão:
- Falta de diálogo sobre sexualidade: O tema ainda é tabu para muitas famílias e profissionais de saúde.
- Preconceito: Muitos idosos não se sentem confortáveis em pedir preservativos ou realizar testes de HIV.
- Desinformação: Há pouco acesso a campanhas educativas direcionadas para essa faixa etária.
Iniciativas e soluções
O Ministério da Saúde anunciou que, a partir de 2025, pretende lançar campanhas específicas para conscientizar idosos sobre a importância da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Além disso, médicos e profissionais de saúde estão sendo capacitados para abordar o tema de maneira mais aberta e acolhedora durante consultas com pacientes idosos.
“Precisamos quebrar o preconceito e incentivar o uso do preservativo como uma ferramenta de cuidado e amor-próprio”, destacou a geriatra Ana Lúcia Mendes.
Prevenção e conscientização
Especialistas reforçam que o combate ao HIV requer uma abordagem intergeracional, onde todas as faixas etárias sejam incluídas nas políticas de saúde pública. “A vida sexual ativa pode continuar na terceira idade, mas ela precisa ser segura e consciente”, concluiu a médica.
Com um esforço conjunto entre sociedade, governo e profissionais da saúde, espera-se conter o avanço do HIV e promover uma melhor qualidade de vida para os idosos.
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