Foi inaugurada na última semana a primeira planta de conversão de etanol em hidrogênio verde do mundo, instalada no campus da USP (Universidade de São Paulo), na Capital. O combustível será utilizado para o abastecimento de três ônibus que circularão pelo campus.

De acordo com a agência Fapesp, a estação produzirá, inicialmente, 4,5 kg de hidrogênio por hora – aproximadamente 100 kg por dia. Os ônibus terão autonomia de 450 quilômetros, segundo a USP.

O posto de abastecimento é resultado de um projeto do RCGI, um Centro de Pesquisa em Engenharia constituído por Fapesp e Shell (Raízen) na Escola Politécnica (Poli-USP).

Por meio de projetos realizados no Centro, os pesquisadores pretendem avaliar a eficiência desses ônibus urbanos movidos a hidrogênio. “Teremos as condições, agora, de avaliar esses veículos em um ciclo real”, explica o diretor do Centro, Julio Meneghini.

O que é?

A tecnologia empregada na planta-piloto para a conversão de etanol em hidrogênio é baseada no uso de um reator desenvolvido por uma startup.

Dentro do equipamento, o etanol e a água são aquecidos a 750°C com o intuito de desencadear reações químicas que resultam na quebra das moléculas de etanol e, consequentemente, na produção de hidrogênio e monóxido de carbono biogênico.

Segundo a USP, é utilizada uma tecnologia desenvolvida pela Raízen, que permite integrar todo esse processo para utilizar 7 litros de etanol para a produção de 1 kg de hidrogênio.

“Mas, se avaliarmos todos esses números, é possível verificar que o hidrogênio produzido na estação vai chegar a um valor extremamente competitivo”, avalia Meneghini.

Os pesquisadores apontam que, com 1 kg de hidrogênio, é possível rodar 120 quilômetros – com tanque cheio, abastecido com 5 kg de hidrogênio, o automóvel tem autonomia de 600 km.

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