Brasil Suspende Uso de Vacina Oral contra a Poliomielite e Adota Nova Estratégia de Imunização

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O Ministério da Saúde anunciou que a vacina oral contra a poliomielite (VOP), conhecida popularmente como “gotinha”, deixará de ser aplicada no Brasil. A decisão visa alinhar o país às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para erradicação global do poliovírus. A partir de agora, a imunização será realizada exclusivamente com a vacina injetável inativada (VIP), que oferece maior segurança e elimina o risco, embora raro, de desenvolvimento da doença a partir do próprio imunizante.

A mudança marca uma nova etapa na campanha de combate à poliomielite no Brasil, que não registra casos da doença desde 1989. Mesmo com o sucesso histórico do país na erradicação da pólio, a cobertura vacinal contra a doença tem caído nos últimos anos, reacendendo alertas sobre a possível reintrodução do vírus, especialmente em áreas com baixa imunização. Com a suspensão da vacina oral, as autoridades de saúde buscam fortalecer a campanha de vacinação e proteger as futuras gerações.

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Por que a Vacina Oral foi Suspensa?

A vacina oral contra a poliomielite foi uma ferramenta crucial para a erradicação da doença em muitos países, incluindo o Brasil. No entanto, ela utiliza uma forma atenuada do poliovírus, que, em casos extremamente raros, pode sofrer mutação e provocar a paralisia associada à pólio. Esse fenômeno é conhecido como poliomielite derivada da vacina (VDPV). A VIP, por outro lado, é feita com o vírus inativado, o que elimina qualquer risco de mutação e garante uma proteção eficaz sem os efeitos adversos associados.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil se junta a outros países que já adotaram a vacina injetável como única forma de imunização contra a poliomielite. “A transição para a vacina inativada é um passo importante para o controle da pólio e para garantir que não tenhamos casos derivados do próprio imunizante”, afirmou um representante da pasta. A mudança é parte de uma iniciativa global e representa um avanço na política de saúde pública voltada para a erradicação total do poliovírus.

Implicações da Mudança para o Sistema de Saúde

A adoção exclusiva da vacina inativada exige ajustes nos postos de saúde, que terão que manter um estoque suficiente de doses injetáveis para atender à demanda. A VIP já é amplamente aplicada no Brasil, mas a substituição integral representa uma maior atenção à logística de vacinação, especialmente em regiões remotas onde o acesso ao serviço de saúde é limitado.

Com o novo protocolo, o Ministério da Saúde reforçou o compromisso com a ampliação da cobertura vacinal em todo o território nacional. Embora a vacina injetável exija a aplicação por profissionais treinados, o governo afirma estar empenhado em garantir a infraestrutura e o treinamento necessários para atender ao público de forma eficaz e segura.

A Importância da Vacinação e os Desafios Atuais

Apesar de o Brasil ter sido pioneiro na erradicação da pólio nas Américas, a redução da adesão às campanhas de vacinação nos últimos anos preocupa especialistas. A pandemia de COVID-19, aliada a fatores como desinformação e insegurança em relação às vacinas, provocou uma queda significativa nas taxas de imunização infantil em diversas regiões. Segundo dados recentes, a cobertura vacinal contra a poliomielite no país está abaixo dos 90%, colocando o Brasil em alerta para a possibilidade de surtos.

A OMS estabelece uma cobertura ideal de 95% para garantir a chamada imunidade de rebanho, protegendo também aqueles que não podem ser vacinados. A redução nos índices brasileiros representa um risco especialmente para crianças em áreas onde a adesão às vacinas é mais baixa. A substituição da vacina oral pela injetável é, portanto, um esforço para reforçar a segurança do imunizante e combater a poliomielite de maneira mais eficaz.

O Papel da Sociedade e da Conscientização Pública

O Ministério da Saúde anunciou que, com a mudança, intensificará as campanhas informativas para conscientizar os pais e responsáveis sobre a importância da vacinação infantil. As ações envolverão profissionais de saúde, escolas e comunidades para promover o conhecimento sobre os benefícios da vacina e desmistificar eventuais receios em torno da vacinação injetável.

O sucesso da nova estratégia depende, em grande parte, da adesão da população e da conscientização sobre a importância da vacina como um meio de proteção e bem-estar para as crianças. Médicos e especialistas alertam que a paralisia infantil pode ser devastadora, mas é evitável com o cumprimento das doses recomendadas. Assim, manter a vacinação em dia é essencial para prevenir o reaparecimento do vírus no país.

Além disso, campanhas nas redes sociais e ações de mobilização comunitária serão realizadas para engajar as famílias e garantir que os níveis de vacinação retornem aos patamares seguros. “A vacina é uma das maiores conquistas da saúde pública, e sua eficácia depende do comprometimento de todos com a proteção coletiva. Erradicar a pólio é um esforço contínuo que exige o apoio da sociedade”, reforçou um representante do Programa Nacional de Imunização.

O Caminho para a Erradicação Global da Poliomielite

O Brasil, como signatário dos programas globais de erradicação da pólio, reforça com essa medida seu compromisso com a saúde pública e com o combate à poliomielite. O país integra uma rede internacional de vigilância epidemiológica e de imunização, colaborando para que o vírus seja completamente eliminado do planeta. Hoje, apenas alguns países ainda relatam casos de poliomielite, mas surtos isolados de poliovírus derivado da vacina têm sido um desafio em regiões com baixa cobertura vacinal.

A substituição pela vacina inativada é, portanto, um passo fundamental para impedir o avanço desses surtos e para garantir que o Brasil continue como um exemplo de sucesso na erradicação de doenças transmissíveis. Especialistas apontam que, com o compromisso global, é possível erradicar a poliomielite completamente, assim como aconteceu com a varíola.

Conclusão

A suspensão do uso da vacina oral contra a poliomielite representa uma mudança estratégica na política de saúde pública brasileira, orientada por diretrizes internacionais de segurança. O esforço do Ministério da Saúde para garantir a transição para a vacina injetável demonstra um compromisso contínuo com a erradicação da pólio e a proteção das futuras gerações.

Agora, cabe à sociedade apoiar e aderir a essa campanha, reconhecendo a importância da vacinação para a saúde infantil e coletiva. Com o engajamento de todos, o Brasil tem o potencial de não apenas manter a pólio erradicada, mas também de contribuir ativamente para a erradicação global dessa doença, reforçando o papel das vacinas na construção de um futuro mais seguro e saudável para todos.


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