retorno ao escritório impacta a produtividade

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Em setembro, o CEO da Amazon, Andy Jassy, anunciou que vai abandonar o modelo de trabalho híbrido e implementar uma política de retorno ao escritório a partir do início do próximo ano. Em vez de trabalhar presencialmente três dias por semana, os funcionários deverão comparecer ao escritório cinco dias.

A notícia gerou controvérsia imediata entre os profissionais, que acreditam que sua produtividade no trabalho será prejudicada e prezam pela flexibilidade. Como resultado, muitos estão considerando deixar a empresa. Uma pesquisa realizada pela rede social profissional Blind mostra que 91% das pessoas estão insatisfeitas com o retorno ao presencial, enquanto 73% já estão procurando novos empregos.

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Morsa Images/Getty Images

Mais de 70% dos profissionais afirmam que a flexibilidade é determinante para a atração e retenção de talentos, segundo o Índice de Confiança da consultoria Robert Half

Além da Amazon, empresas como Boeing, Goldman Sachs, UPS Dell estão exigindo que os funcionários voltem ao escritório de segunda a sexta-feira. No entanto, essas exigências vão contra estudos que mostram os benefícios de oferecer modelos de trabalho flexíveis.

A semana de trabalho de cinco dias teve origem com Henry Ford em 1926 e se aplicava a funcionários da indústria. Hoje os profissionais têm necessidades e responsabilidades muito diferentes, que exigem opções mais flexíveis. Quando as empresas impõem regras, em vez de ouvir as preferências e necessidades dos profissionais, a confiança é abalada.

 

Entenda como o retorno presencial ao escritório pode impactar negativamente a produtividade no trabalho.

Perda de mulheres

Modelos de trabalho flexíveis beneficiam pais que trabalham — especialmente mulheres — que, de forma desproporcional, são responsáveis pelo cuidado de crianças e também pais idosos. Quase 40% das mães com filhos pequenos teriam que deixar seus empregos ou reduzir suas horas de trabalho para trabalhar no escritório, segundo o relatório Women in the Workplace, da McKinsey em parceria com a LeanIn.Org.

Não surpreendentemente, uma pesquisa da Upwork, plataforma que conecta empresas com freelancers, mostrou que 63% das lideranças C-Level cujas empresas implementaram o retorno ao escritório afirmam que o modelo presencial levou a um número desproporcional de mulheres a deixarem seus empregos. Mais da metade concorda que a perda de talentos femininos resultou em um declínio na produtividade.

Além das mulheres, os millennials e profissionais de alto desempenho são os mais propensos a sair quando as empresas impõem esse tipo de exigência, segundo pesquisa da Gartner. Entre os profissionais de alto desempenho, o desejo de permanecer na empresa caiu 16%. Já entre os millennials, a geração mais presente na força de trabalho nos EUA, diminuiu 10%.

Microgerenciamento leva a insatisfação

Muitas empresas monitoram os funcionários para garantir o cumprimento das políticas de retorno ao escritório. Por exemplo, a gigante de consultoria EY supervisiona a presença por meio de dados de acesso das catracas. Embora os sistemas de controle de crachá tenham sido introduzidos como uma medida de segurança, empregadores como Google e Amazon monitoram os funcionários por meio desses registros. Algumas empresas, como o JPMorgan, pedem aos profissionais que registrem onde estão. Até mesmo o TikTok lançou um aplicativo interno chamado “MyRTO” para monitorar o tempo passado no escritório.

Mas nenhum desses mecanismos pode medir a eficiência ou produtividade apenas a presença. Outro ponto negativo é que, segundo um estudo publicado pela Harvard Business Review, o monitoramento eletrônico resulta em uma queda no desempenho. Quando os empregadores vigiam seus funcionários, os profissionais sentem-se microgerenciados, o que gera ressentimento e insatisfação.

Redução do engajamento

O retorno ao escritório faz com que os profissionais tenham uma redução do engajamento no trabalho, segundo estudo da Great Place to Work. É uma tendência na qual as pessoas continuam em suas funções, mesmo se sentindo presas. De acordo com a pesquisa, que contou com mais de 4 mil profissionais dos EUA, aqueles que podem escolher seu modelo de trabalho são mais propensos a superar as expectativas, manter uma relação produtiva com seus gestores e gostar do ambiente de trabalho.

O estudo afirma que o local onde os funcionários trabalham não é tão importante quanto o fato de eles serem ouvidos sobre suas preferências em relação às políticas da empresa. Na verdade, a produtividade foi menor tanto para profissionais em modelo presencial quanto remoto quando os empregadores impuseram onde eles deveriam trabalhar.

Além disso, políticas de retorno ao escritório não melhoram o desempenho financeiro ou o valor das empresas, de acordo com uma pesquisa conduzida pela Universidade de Pittsburgh.

Dificuldade de atrair talentos

No ambiente de trabalho moderno, a flexibilidade deixou de ser um benefício e se tornou uma necessidade. Políticas de retorno ao escritório reduzem o pool de talentos, afastando candidatos que exigem flexibilidade de horário e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Quase um terço das organizações que impõem essas políticas enfrenta dificuldades de recrutamento, segundo o relatório Global Workplace Insights, da Unispace.

Políticas de trabalho presencial também interferem em iniciativas de diversidade e inclusão ao afastar alguns grupos que precisam de flexibilidade, como mulheres, profissionais mais velhos e pessoas com deficiência, além dos que vivem em áreas remotas ou não podem se mudar. Obrigar essas pessoas a trabalhar no escritório em tempo integral impede que elas se candidatem a vagas fora de seu alcance.

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Em vez de exigir que os funcionários voltem ao escritório, o mais importante é ouvir o que eles querem e do que precisam. E, depois, encontrar em conjunto a melhor solução (e se possível, opções personalizadas para cada necessidade).

Escolhas do editor

*Caroline Castrillon é colaboradora da Forbes USA. Ela é mentora de liderança corporativa e ajuda mulheres a lidar com mudanças em suas carreiras.





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