Você lembra a época em que os cheques eram vistos como uma recorrente forma de pagamento? Em tempos de Pix e cartão de crédito/débito, essa modalidade acabou caindo em desuso com o passar dos anos, mas ainda não está extinta no Brasil.
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Estou falando isso para te relembrar alguns “macetes” que as pessoas adotavam para evitar fraudes no preenchimento de cheques. Quando o valor era equivalente a R$ 1.000,00, as pessoas costumavam preencher “hum mil reais”. E existe uma explicação por trás.
Ao reforçar a quantidade, “hum”, evita-se que outra pessoa pudesse colocar algum número antes de “mil reais”, o que aumentaria o valor a ser descontado da conta. Essa é uma prática antiga que nossos pais e avós faziam e possivelmente ainda se lembram.
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No entanto, ao contextualizar na norma culta da língua portuguesa, seria correto escrever o número dessa maneira, especialmente com esse “h” antes de “um”? Vamos te explicar de forma detalhada para você não ter mais dúvidas a esse respeito.
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Escrevendo por extenso…
Na fase do ensino elementar e fundamental, as pessoas geralmente enfrentam alguns desafios relacionados à escrita de números por extenso. Era tranquilo quando estamos nos referindo a dígitos que ficavam na casa das dezenas e até das dezenas.
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No entanto, poderia ser complicado à medida que os números aumentavam. Existem, na verdade, alguns regrinhas para a escrita correta. Por exemplo, você sabia que nós não podemos separar a escrita dos números com a vírgula? Pois é, e é um erro frequente.
E a regra vale para qualquer contexto. Agora, as coisas podem ficar um pouco mais complexas ao refletirmos sobre o uso do “e” para separar as numerações escritas por extenso. Não podemos utilizar a conjunção entre milhares e centenas.
A única exceção reside ao caso em que o número termine justamente em centenas. Quando o número for bem robusto, digamos assim, também não é comum separar as classes com o uso de “e”. Vamos a alguns exemplos para relembrar as regras:
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- 3.567.432.943: três bilhões quinhentos e sessenta e sete milhões quatrocentos e trinta e dois mil e novecentos e quarenta e três;
- 637.563: seissentos e trinta e sete mil quinhentos e sessenta e três.
Conseguiu pegar a linha de raciocínio? E quando o assunto é a escrita dos números em si? Pois é, até hoje o erro pode ser recorrente. Vamos relembrar também para que o conhecimento fique fresco em sua memória:
- Dez;
- Onze;
- Doze;
- Treze;
- Quatorze (ou catorze);
- Quinze;
- Dezesseis;
- Dezessete;
- Dezoito;
- Dezenove;
- Vinte;
- Trinta;
- Quarenta;
- Cinquenta;
- Sessenta;
- Setenta;
- Oitenta;
- Mil;
- Dois mil;
- Cinco mil;
- Dez mil;
- Cinquenta mil;
- Cem mil;
- Um milhão;
- Cinco bilhões;
- Dois trilhões;
- E assim por diante.
Mas, afinal, “hum mil reais” está correto?
Já demos um spoiler no tópico anterior. Quem estava atento já conseguiu descobrir a resposta. Mas, em linhas gerais, a norma culta não admite o uso de “hum” para se referir ao valor de R$ 1.000,00. Motivo? Redundância.
Mil reais, por extenso, já indica expressamente o valor de R$ 1.000,00, sem a necessidade de ressaltar a numeração. Por outro lado, mesmo sabendo do erro, as pessoas usavam “hum” nos cheques justamente para impedir possíveis fraudes ou golpes.
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Melhor garantir do que deixar brecha para pessoas mal-intencionadas, não é mesmo? Agora, quando estamos falando da gramática pura e simplesmente, lembre-se que “mil reais” já é o suficiente para representar a quantidade específica de R$ 1.000,00.