Com qual idade alcançamos o nível mais alto de felicidade?

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A felicidade é, definitivamente, um dos sentimentos mais complexos e subjetivos de todos. Até porque ela é despertada de formas bastante diferentes, a depender do contexto de cada indivíduo. É improvável conseguirmos medir níveis fiéis de felicidade.

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Pequenos detalhes podem fazer toda a diferença. Mesmo que a pessoa não perceba logo de cara, ela pode sair do estresse à satisfação a partir de breves gestos positivos que, se percebidos com atenção, tendem a transformar o ordinário em singular.

Estudos já relacionaram a prática de atividades físicas e gestor de afeto, por exemplo, com o desenvolvimento da serotonina, neurotransmissor que atua principalmente no controle do bem-estar, ansiedade, funções cognitivas e até mesmo o sono.

Mas você sabia que uma pesquisa em específico já tentou correlacionar os níveis de felicidade com a faixa etária? Uma equipe da Alemanha e da Suíça realizou um estudo em 2023 com mais de 460 mil participantes de diferentes partes do mundo.

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As principais descobertas que foram alcançadas com o cruzamento de dados receberam divulgação no periódico Psychological Bulletin. A primeira autora, Susanne Bücker, disse que o foco esteve presente em três componentes do bem-estar subjetivos.

Ou seja, satisfação com a vida, estados emocionais positivos e estados emocionais negativos. A cientista, que também é professora na German Sport University Cologne, informou que foram percebidas tendências de felicidade em uma faixa etária específica.

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“No geral, o estudo indicou uma tendência positiva em um amplo período da vida, se observarmos a satisfação com a vida e os estados emocionais negativos”, explicou Susanne Bücker em comunicado para a imprensa.

Componentes emocionais positivos e negativos

Existe, afinal, um número mágico? De acordo com as descobertas do estudo feito no ano passado, a felicidade entra em declínio logo na segunda infância – entre nove e 16 anos de idade. E isso se dá pelas contantes mudanças no corpo e na vida social.

Até porque sabemos exatamente como a puberdade funciona. Os nervos estão a flor da pele e problemas pequenos se transformam em ondas de estresse. Tudo fica mais sensível, pois o corpo e a mente estão em transformações muito frequentes.

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Por outro lado, a satisfação volta a aparecer nos jovens adultos, mas não dura tanto tempo assim. Conflitos internos deságuam na idade adulta mais tardia, como uma espécie de melancolia recorrente e, também, saudosismo para tempos que não voltam mais.

Todos os fatores do bem-estar subjetivos tendem a piorar em vez de melhorar. “Isso pode estar relacionado ao fato de que em pessoas muito velhas, o desempenho físico diminui, a saúde frequentemente se deteriora e os contatos sociais diminuem”, diz.

“(…) principalmente porque seus pares morrem”, complementa a pesquisadora.

A idade “mágica”

No entanto, o estudo também trouxe uma informação importante. Os estados emocionais negativos passam por um ligeiro declínio até chegar a idade de 70 anos.

A partir dessa faixa etária, a parte negativa volta a subir até chegar aos 96 anos. Podemos perceber, dessa maneira, que existe um pico de componentes emocionais positivos com, mais ou menos, 70 anos. Como se fosse o auge em que alcançamos o bem-estar.

Mas é claro que é importante analisar o contexto da individualidade, antes de qualquer coisa. A pesquisa foi baseada em 443 amostras longitudinais, com um total de 460 mil participantes. Mesmo relativamente grande, não traz certeza para todos.

Vale salientar que a satisfação também é ocasionada pelo bem-estar financeiro, vínculos sociais e a socialização como um tudo. E isso difere de pessoa para pessoa. O estudo traz um panorama a partir de fatores a serem usados como parâmetros, não regras.

De qualquer forma, é interessante notar o movimento que a curva da felicidade faz com o passar dos tempos, em que temos pontos específicos de satisfação quando estamos na fase de jovens adultos e somente alcançamos um novo pico aos 70.



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