UBDS Central e reestruturação da Cohab: Veja as promessas de Ricardo Silva para Ribeirão Preto

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O acidade on Ribeirão realizou nesta semana uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Ribeirão Preto nas eleições 2024. Nesta sexta-feira (27) o entrevistado foi o deputado federal Ricardo Silva (PSD) – veja o player acima.

Ricardo Silva é candidato pela coligação Pra Ribeirão Avançar, formada por PSD/PRD/Solidariedade/PDT/Republicanos/PP/MDB/PL/Avante/PSB. O candidato a vice na chapa é Alessandro Maraca, do MDB.

A ordem dos entrevistados foi definida de acordo com o resultado da pesquisa estimulada EPTV/Quaest (SP-07293/2024) divulgada no dia de 18 setembro. Foram convidados os quatro primeiros colocados, que serão sabatinados ao vivo por 12 minutos. O candidato do DC, Matheus Coelho, que entrou na disputa após a pesquisa eleitoral, terá veiculada entrevista de 2 minutos.

Uma de suas propostas é voltar a UBDS Central onde hoje funciona o Caps IV desde novembro 2022. Por que reimplantar a UBDS Central e para onde irá o Caps IV?

  • Muito bom. A sua pergunta é ótima, porque nos dá a chance de falar sobre saúde mental e sobre o atendimento 24 horas. Foi um erro do atual governo fechar a UBDS Central, uma distrital de saúde 24 horas que atendia urgências e emergências de muitos bairros da cidade. Vila Tibério, por exemplo, com a população idosa, o Centro da cidade. Foi um erro muito grande. Temos que ter cinco unidades 24 horas. É o que diz a Lei Orgânica do Município e eles reduziram em uma com a promessa de colocar ali um centro de saúde mental, que me permita apenas afirmar que ali não é um Caps. Não tem o reconhecimento oficial do governo como Caps. Ali é um centro de saúde que nem nomenclatura tem pelos órgãos oficiais do Governo Federal. Tinham 10 leitos de saúde mental, agora disseram que colocaram um pouco mais, só que ainda é muito tímido. Ribeirão Preto não pode depender apenas daquele centro como a política sua de saúde mental. O que é que nós vamos fazer? Vamos reativar a UBDS Central, colocar médicos 24 horas, voltar no processo de revitalização do Centro, e o atendimento de saúde mental, aí sim, levar para um local adequado. Nós temos hoje. Existe o hospital municipal São Francisco de Assis, que é um hospital que hoje trata de cuidados paliativos, é um local amplo, tem espaço para tratamento de saúde mental, hoje, com 37 leitos. Então, perceba, nós vamos quase que dobrar o atendimento em saúde mental. É um local que tem gramado, que tem espaço para terapia, no Centro não tem. Então, nós temos que cuidar do paciente grave em saúde mental e dos casos mais leves. Mas, também, esse é o local exato para que nós possamos fazer. Vamos fazer os cuidados paliativos que lá estão. Eu me preocupo com tudo. Nós vamos utilizar o [hospital] Santa Lydia, na sua capacidade ociosa, que tem. Nós vamos criar em Ribeirão Preto um centro de cuidados paliativos, também, muita gente que têm câncer, que não tem mais o tratamento da medicina, não tem em Ribeirão Preto um local para esse atendimento. Nas próprias unidades básicas de saúde existem salas ociosas, que a gente vai dar o atendimento multidisciplinar, o atendimento com carinho, com cuidado para esses pacientes também.

Ricardo, a gente continua aqui na área da saúde. Sobre a nova Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas. O senhor tem falado muito durante a campanha. Qual que é o papel da prefeitura na implantação desse hospital aqui em Ribeirão Preto?

  • Essa é uma conquista minha como deputado. Eu, até o final do ano de 2024, se for eleito prefeito, ainda continuo como deputado. Foi um trabalho meu como deputado. Eu consegui R$ 30 milhões em emendas impositivas publicadas no Diário Oficial, no portal da transparência. O governador Tarcísio [de Freitas] mais R$ 50 milhões para fazer essa primeira fase que já vai funcionar. Já vamos ter o atendimento do HC e vamos desafogar a unidade do Centro. Vamos dobrar os leitos, porque vai funcionar o Centro com 200 leitos e o novo HC com mais 200. Vamos para 400 leitos, é o que nós pretendemos hoje. O projeto executivo, feito pela superintendência do hospital já sendo entregue agora no dia 30 de setembro. Até, numa entrevista para EPTV, acompanhou esse projeto executivo já pronto. Recurso liberado e o governador Tarcísio, que gravou, inclusive, sobre isso. É um cara muito sério. Alguns adversários tentam falar: ‘ah, não vai acontecer’. Gente, onde já se viu, um governador de estado, liberar R$ 50 milhões, um deputado federal mais R$ 30 milhões. Vamos fazer essa obra, que depois, terá outras fases para que nós possamos ter ali os 400 leitos e, para que a unidade do Centro seja um centro de referência em traumatologia. Isso, o próprio governador já disse publicamente. Vamos fazer e a prefeitura se beneficia disso, porque nós vamos desafogar os outros hospitais. E busca por vagas é algo constante. Nós vamos desafogar. Apesar de ser um trabalho meu como deputado e, que eu estou entregando para Ribeirão Preto, com muito orgulho, com muito carinho, como prefeito de Ribeirão nós vamos ter aí, com ele funcionando, mais facilidade para encontrar vaga na urgência, emergência, para ampliar o atendimento dos filantrópicos, Santa Casa, Bene [Beneficência Portuguesa] e por aí vai.

Como seria a reestruturação dos corredores de ônibus que está entre as suas propostas de governo?

  • Nós temos que olhar para vocação de Ribeirão. Ribeirão é uma cidade que vive do comércio, do setor de serviços. Nós temos 255 mil pessoas com carteira registrada em Ribeirão, das quais 205 mil pessoas estão no comércio ou no setor de serviços. Obras que foram mal planejadas trouxeram prejuízo ao comércio. Eu sou a favor do corredor de ônibus, mas que ele exista junto com a realidade de uma cidade como Ribeirão Preto. Se você for para [avenida] Dom Pedro, por exemplo, no horário do meio do dia, às 15h, passa um ônibus a cada 25 minutos. Isso não dá para aceitar e fica ali parado com o comerciante quebrando. Então, dá para compatibilizar. A gente ter o corredor de ônibus na hora que precisa, que é o horário de pico, de manhãzinha e de tardezinha para noite. Durante o dia compatibiliza onde der com o comércio, para que nós possamos permitir a parada de veículos, garantindo um fluxo de trânsito melhor, porque não faz sentido a Dom Pedro uma via parada para o ônibus e a outra com trânsito infernal. Nós temos que mudar a lógica do transporte coletivo para que as pessoas cheguem onde elas têm que chegar. Hoje não há ligação bairro a bairro. Vamos reestruturar isso tudo e garantir mobilidade urbana, garantir o corredor de ônibus, mas de um jeito que eles não atrapalhem a vida da cidade.

O senhor quer realizar um diagnóstico com o objetivo de resolver a falta de água em Ribeirão. Como isso seria feito?

  • Nós temos em Ribeirão Preto uma perda de águas na casa de 44% da água que é captada. É um dado alarmante esse. É muito grande. Não dá para prefeitura vendo jogar fora a água do aquífero e ficar parada. Não. Nós vamos iniciar um processo. Iniciar, porque é um longo processo, vai demorar, talvez vá passar até de governos, de troca da rede de água subterrânea. Tem que começar a fazer isso. Nós gastamos por ano R$ 100 milhões de energia elétrica com bombas que captam água e jogam quase metade da água fora. Não faz sentido isso. Nós vamos mudar essa lógica, iniciar um processo de obras nos bairros onde há mais falta de água e, a partir daí, a gente começar uma transformação das redes de água, para que não falte água, para que a água não se perca. É uma contradição, um bairro com vazamento de água e faltar água na torneira. No Centro está acontecendo isso agora na rua Tibiriçá. Tive informações nesse momento, no [Jardim] Paiva, no Ipiranga, no Monte Alegre. Vamos mudar isso com gestão séria, profissional e capacitada.

Como é o seu plano de macrodrenagem para Ribeirão Preto?

  • Ribeirão Preto passou por algumas obras de macrodrenagem, nós tivemos a obra da [avenida] Jerônimo [Gonçalves], as enchentes que nós tínhamos na Vila Virgínia e muita coisa foi caminhando para solução. Só que problemas de microdrenagem e, eu dou um exemplo aqui, a Dom Pedro. A Dom Pedro, antes da obra do corredor de ônibus não tinha problema de drenagem ou não como é hoje. Hoje chove e alaga a Dom Pedro. Esses problemas de microdrenagem vão trazer um problema de macrodrenagem, que são grandes enchentes que voltam a ter em Ribeirão Preto. E, faço um alerta aqui público durante a eleição. As obras na [avenida] Nove de Julho, que vão canalizar água para o córrego Retiro Saudoso, elas podem gerar um problema de macrodrenagem, na [avenida] Francisco Junqueira gigantesco. A água que demora para chegar no rio em questão de duas horas, com as chuvas vai ser canalisada em 20 minutos. Nós vamos ter uma alta vazão de água com o chão da [avenida] Nove de Julho impermeabilizado e com a canalização para o Retiro Saudoso. Toda água que vem do Alto da Boa Vista, zona Sul da cidade, vai descer e vai desaguar ali. Falei com técnicos. Isso veio da minha cabeça? Não. Isso é construção de plano de governo com técnicos. Nós precisamos agir em problemas de microdrenagem e nessas situações, já pré-anunciadas por técnicos, para que não aconteça uma situação mais grave ainda em Ribeirão Preto.

Na parte de habitação o senhor cita que quer conseguir recursos reorganizando o orçamento. Como é que seria?

  • Nós temos a Cohab hoje que é um órgão que não constrói casas há décadas. Isso porque, ela tem uma dívida que ultrapassa R$ 15 milhões. É uma dívida que não é só de Ribeirão Preto, porque a Cohab é regional. Mas, que descredenciou de programas habitacionais da Caixa Econômica Federal. Então, nós temos um departamento de habitação que não funciona. Temos que mudar isso. Nós temos que reorganizar a Cohab, fazer com que nós tenhamos um departamento que volte a se credenciar na Caixa Econômica Federal, só que com gestão. Para que nós possamos a voltar a construir casas, por exemplo, no molde de lotes urbanizados, como já teve em Ribeirão Preto, como teve em Rio Preto. Aliás, em São José do Rio Preto não tem favelas, ou muito menos do que aqui. Nós tivemos uma explosão de mais de 120 núcleos de comunidades, de favelas. Tem que mudar isso reestruturando a Cohab. A partir daí, programas do Governo Federal existem e é só ir buscar. Tem que ter projeto. Uma equipe boa de projeto, com órgão credenciado, o que hoje não é, e, olha só como é o descaso, passa prefeito, entra prefeito, passa prefeito, entra prefeito. Não é nem crítica ao atual não. É uma crítica geral, ninguém resolve isso. Nós vamos iniciar um processo para resolver, para que Ribeirão volte a construir casas.

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