A fotógrafa de 29 anos acusada de assassinar o namorado em Ribeirão Preto (SP) irá a júri popular, conforme decisão judicial publicada nesta terça-feira (17). O crime aconteceu em 2022 e desde então a mulher está sendo investigada pelo homicídio. A vítima, um homem de 32 anos, foi morta a facadas no apartamento em que o casal vivia, localizado no bairro Jardim Paulista.
Alegações de legítima defesa
A defesa da fotógrafa sustenta que o crime ocorreu em legítima defesa. De acordo com os advogados, o namorado da acusada teria se tornado violento durante uma discussão, levando a mulher a reagir em um ato desesperado para se proteger. “Ela foi atacada e, em um momento de pânico, acabou desferindo as facadas para se defender”, alegou o advogado da acusada.
Entretanto, o Ministério Público (MP) e a investigação policial apontam para outra versão dos fatos. Segundo os promotores, o crime foi premeditado, e a fotógrafa teria planejado o assassinato após uma série de desentendimentos com o namorado. A perícia realizada no local do crime revelou indícios de que a vítima tentou se defender, mas foi surpreendida pelos golpes fatais.
Júri popular e expectativa de julgamento
A decisão de levar o caso a júri popular foi tomada pelo juiz responsável, que considerou que existem elementos suficientes para que o caso seja julgado pela sociedade. O júri popular é reservado para crimes dolosos contra a vida, como homicídio, e é composto por cidadãos que decidem se o réu é culpado ou inocente.
Ainda não há data marcada para o julgamento, mas a expectativa é que o processo comece até o final do ano. Se condenada, a fotógrafa poderá enfrentar uma pena que varia de 12 a 30 anos de prisão.
Repercussão na comunidade
O caso teve grande repercussão em Ribeirão Preto, especialmente por envolver uma jovem fotógrafa conhecida na cidade. Amigos e familiares da vítima têm exigido justiça, afirmando que ele era uma pessoa tranquila e não havia sinais de que o relacionamento pudesse terminar de forma tão trágica.
“Ele era um cara pacífico, nunca imaginamos que isso pudesse acontecer”, disse um amigo próximo da vítima. Já familiares da acusada afirmam que ela vivia um relacionamento abusivo, marcado por episódios de violência doméstica, e que agiu em legítima defesa.
Violência doméstica em debate
Este caso trouxe à tona discussões sobre violência doméstica e a dificuldade de identificar comportamentos abusivos em relacionamentos. Organizações que atuam na defesa dos direitos das mulheres destacam a importância de campanhas de conscientização e de apoio a vítimas de violência doméstica, reforçando que muitas mulheres permanecem em relações tóxicas por medo ou falta de apoio.
Investigação e próximos passos
A investigação continua coletando provas e ouvindo testemunhas para fortalecer as alegações de ambas as partes. O resultado do julgamento será acompanhado de perto pela população e pela mídia, já que o caso tem gerado grande comoção e levantado questões sobre segurança doméstica e violência de gênero.
A fotógrafa segue em liberdade provisória até a data do julgamento, mas com restrições de circulação e contato com familiares da vítima.