Um amplo estudo sobre o Quadrilátero Central de Ribeirão Preto está revelando um panorama detalhado do Centro da cidade. O objetivo é oferecer uma base sólida para a requalificação da região, que historicamente foi núcleo de desenvolvimento econômico e social.
A primeira fase da pesquisa, que integra o projeto “Requalifica Ribeirão”, abrange aspectos históricos, urbanísticos e de uso dos imóveis na região central.
A pesquisa envolve análise histórica, observação direta dos imóveis e entrevistas qualitativas que estão em andamento. O Quadrilátero Central é delimitado pelas avenidas Jerônimo Gonçalves, Francisco Junqueira, Independência e Nove de Julho.
O principal da pesquisa é transitar do achismo para constatações reais. Em relação às políticas para o Centro, será possível criar um plano hierarquizando, priorizando as áreas de atuação, tendo em vista que o estudo revela a intensidade dos problemas
comenta Adriana Silva, coordenadora geral do projeto “Requalifica Centro” pelo IPCCIC
O relatório é coordenado pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) e realizado pelo Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC).
Entendemos que antes de retomar e expandir os atributos do Centro, é preciso requalificar os elementos já presentes na região, criando as condições necessárias para que as pessoas possam desfrutar de todas as suas possibilidades
avalia a presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, Sandra Brandani Picinato
Principais resultados
Conforme a coordenadora técnica da pesquisa, Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa, nesta primeira etapa, cerca de 70 km foram percorridos por quatro pesquisadores. “Foi realizada uma pesquisa exploratória, com o reconhecimento de elementos empiricamente observáveis em 100% das ruas e avenidas da região central, entre os meses de maio e junho.”
- Neste período, foi identificado que a região é composta por 3.466 lotes distribuídos em 177 quadras, e apresenta uma predominância de imóveis isolados, com 71,9% do total, seguidos por 16,1% de condomínios verticais e 10,7% de condomínios horizontais.
- Os dados coletados também revelaram que 80,8% dos lotes estão em uso, enquanto 19,2% estão fechados, seja para venda, aluguel ou sem uso aparente.
- Ainda de acordo com o estudo, as áreas com maior concentração de imóveis fechados encontram-se nas proximidades das avenidas que delimitam a região, destacando-se as ruas Barão do Amazonas, General Osório e São José.
Conservação e acessibilidade
- A pesquisa relacionada à conservação da região mostrou que 46,7% das fachadas estão em estado mediano, enquanto 23% apresentam pintura desbotada, sendo as ruas Saldanha Marinho e Amador Bueno as mais afetadas.
- A pesquisa também apontou que as calçadas da área central apresentam sérios problemas de acessibilidade, com 48,9% delas possuindo desníveis ou rachaduras, e apenas 7,1% dotadas de piso tátil.
- A arborização também é escassa, com apenas 23,3% dos lotes possuindo árvores em frente às suas fachadas.
Conforme a Acirp, o relatório completo da pesquisa servirá como guia para as próximas etapas da requalificação, reforçando a importância de um planejamento urbano atento às necessidades reais da região central do município.
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