Juro do rotativo recua a 412,5% 

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O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 6,8 pontos percentuais (p.p.) de janeiro para fevereiro, informou nesta terça-feira, 2 de abril o Banco Central (BC). A taxa caiu de 419,3% para 412,5% ao ano. No caso do parcelado, passou de 187,8% para 184,5% ao ano na passagem de mês.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 84,7% para 84,9%. O Congresso nacional definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida.

Isso caso os bancos não chegassem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Como não houve consenso, o teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer no dia 3 de janeiro de 2024.

Além de um teto para os juros do rotativo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, chegou a propor aos setores envolvidos um máximo de doze meses para o parcelado sem juros. A autoridade monetária também citou a hipótese de alguma limitação para a tarifa de intercâmbio no cartão de crédito, mas ambas as ideias não avançaram.

As concessões dos bancos no crédito livre caíram 6,2% em fevereiro ante janeiro, para R$ 455,5 bilhões. No acumulado nos últimos doze meses até fevereiro, o aumento foi de 4,9%. Estes dados não levam em conta ajustes sazonais.

No crédito para pessoas físicas, as concessões caíram 9,2% em fevereiro, para R$ 254,7 bilhões. Em doze meses até fevereiro, houve alta de 9,1%. Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões recuaram 2,2% em fevereiro ante janeiro, para R$ 200,8 bilhões. Nos doze meses, houve uma leve alta de 0,2%.

Em meio ao processo de queda da Selic, a taxa média de juros no crédito livre mostrou nova redução em fevereiro ante janeiro. O percentual passou de 40,5% para 40,2% ao ano, informou o Banco Central (BC). No segundo mês de 2023, a taxa estava em 44,0%.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 52,6% para 52,5% ao ano de janeiro para fevereiro. No segmento de pessoas jurídicas, a taxa passou de 22,3% para 21,4% entre os dois meses, segundo o Banco Central

Cheque especial – Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa subiu entre janeiro e fevereiro, de 125,8% ao ano para 131,8% ao ano. No crédito pessoal, a taxa passou de 41,2% para 41,4% ao ano.

Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Veículos – Os dados divulgados pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 26,1% ao ano em janeiro para 25,9% em fevereiro. A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 28,2% ao ano em janeiro para 27,8% ao ano em fevereiro.

Endividamento das famílias – O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de janeiro em 48,0%, ante 47,8% registrado em dezembro. O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%).

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,2% no primeiro mês de 2024, ante 29,9% em dezembro. Janeiro foi o sexto mês de operação do programa federal de renegociação de dívidas Desenrola. Na fase do programa iniciada no dia 17 de julho foi possível renegociar dívidas bancárias de consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do Tesouro Nacional.

Além disso, o nome de pessoas que tinham dívidas de até R$ 100 nos bancos foi “desnegativado” automaticamente, sem o perdão dos compromissos. A segunda fase, para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640,00), começou no fim de setembro e tem garantia do Tesouro.

Segundo os dados do BC para o mês de janeiro, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou em 25,8%. Em dezembro, o percentual era de 25,7%. O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda seguiu em 23,7% de dezembro de 2023 para janeiro deste ano



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