Só em dezembro do ano passado o turismo obteve receita de R$ 18,1 bilhões, valor 1,1% acima do faturamento registrado em dezembro de 2022. De acordo com a Federação do Comércio, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), foi o melhor resultado para um único mês desde o início da pandemia, em 2020.
A expectativa, segundo a entidade, é de que a melhora nas condições econômicas das famílias brasileiras, via redução na taxa de juros, e os impactos dos programas do governo para estimular o setor tenham em efeitos positivos nos próximos meses, mantendo a curva ascendente do turismo.
A FecomercioSP ressalta, no entanto, que o crescimento do setor se deu em meio ao impasse pelo possível fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), pauta esta que preocupa todos os participantes deste setor. Por isso a entidade trabalha pela manutenção do Perse, visto que o programa, criado em 2021 para socorrer o segmento de eventos – que trabalha com muitas atividades turísticas – tem papel relevante para o resultado anual.
No desempenho anual, o resultado positivo foi puxado, principalmente, por atividades como locação de meios de transporte, que cresceu 18,3%, agências de veículos sem motorista, além de alojamento, com expansão de 17,4%, e companhias aéreas que, ao crescerem 12,7%, somaram R$ 48 bilhões ao longo do ano, um recorde.
Em 2023, um único segmento que perdeu força foi o de viagens rodoviárias, com diminuição da ordem de 4%. No caso das atividades de alojamento, o dado corrobora a pesquisa do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), que mostrou um aumento de 4% na procura por hospedagens em hotéis pelo País na comparação com 2022.
O tíquete médio também subiu 22,5% ao longo do ano passado, puxando as receitas para cima. O resultado de 2023 deve ser lido considerando ainda que os preços médios do turismo subiram 12% em 12 meses – muito graças à alta expressiva nos preços das passagens aéreas. Essa variação está acima da média nacional, de 4,5%.