Observatório do Livro leva leitura para pessoas idosas em situação de rua em Ribeirão

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Decorrente do aumento da expectativa de vida em geral e das desigualdades sociais, o número de pessoas idosas em situação de rua aumentou sete vezes nos últimos dez anos no Brasil, segundo a pesquisa Levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, grupo ligado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Divulgado em janeiro último, o trabalho revelou também que o problema vai além das condições financeiras e que a saúde mental e abuso de drogas também afastam as pessoas dos lares.

Diante desse novo cenário, o Observatório, em parceria com o Conselho Municipal do Idoso de Ribeirão Preto, criou o projeto Clube de Leitura nas Ruas. Para Luciana Paschoalin, diretora de Operações da instituição, o objetivo é propiciar o acesso à leitura para essas pessoas visando promover acolhimento, autoconhecimento, autonomia e inclusão social. “A gente atua no sentido de fornecer ferramentas para que possam lidar de formas mais saudáveis e compassivas com os níveis de estresse, ansiedade, angústia, insegurança, medo e as sensações de solidão e desamparo”, observa Luciana.

O projeto acontece na instituição de acolhida temporária Casa Santa Dulce dos Pobres e cada sessão chega a reunir 15 pessoas com 60 anos ou mais. Segundo o psicólogo e biblioterapeuta José Augusto Camargo, que realiza a mediação de leitura, os participantes estão dispostos a ouvir a história, refletir sobre ela, mas contar, também, suas próprias histórias.

Camargo atua com obras diversas e destaca textos como o conto “Antes que seja tarde”, do livro “Flores de Alvenaria”, de Sérgio Vaz.  “Precisamos voltar nosso olhar para o envelhecimento populacional e pensar em serviços públicos transversais para esse segmento, visando contribuir para que a pessoa idosa possa se sentir e fazer parte da sociedade, como sujeitos de direitos”, avalia Gislene Mazzer Ribeiro, presidente do Conselho Municipal do Idoso.  “Os clubes da leitura 6.0 levam atividades culturais que possibilitam a socialização, pertencimento das pessoas idosas à sociedade, além de uma melhora significativa na qualidade de vida, seja através do bem-estar físico ou mental”, finaliza Gislene.





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