Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, nesta sexta-feira (8), o portal acidade on Ribeirão Preto traz exemplos de mulheres que inspiram, que moldaram a vida profissional em busca de sonhos e superaram desafios no início das carreiras de segmentos distintos.
Vivendo pelo esporte
Aos 7 anos de idade, Juliene Aryeda escolheu o judô como esporte, muito relacionado, na ocasião, como opção masculina. Mesmo assim, optou por construir sua história na modalidade esportiva.
Saiu de Ribeirão Preto aos 16 anos em busca do sonho de ser atleta profissional. Começou nesse período a perceber que por ser mulher, os desafios seriam maiores e iriam além da disputa por um lugar no judô. Morou em São Caetano do Sul e depois seguiu para o Rio de Janeiro, onde mora desde 2012.
Com passagens por equipes importantes, a atleta enfrentou vários desafios até chegar às conquistas no esporte.
“Nesse meio do caminho tive dificuldades como atleta e mulher sozinha. Minha família de classe média tinha poucos recursos para poder me manter, então, tive que contar com a minha dedicação e esforço de querer progredir no esporte para conseguir estar entre as melhores do país”, desabafa.
Depois de deixar de competir no tatame, surgiram oportunidades de estar a frente de equipes de judô e Juliene seguiu enfrentando desafios por ser mulher. Comandou a equipe do Flamengo, ao lado de outra mulher, e depois integrou a preparação física no Comitê Olímpico Brasileiro de Judô, junto com a equipe de Wrestling, formada em sua maioria por homens.
“Tinham vários homens, eu percebia pelas falas machistas, tentando entender como entrei lá, como se minha capacidade não fosse relevante. Nunca acreditam na gente como mulher pela capacidade que temos, pela inteligência, por estudo, então, é meio complicado figurar um esporte com tanto homem e ainda poucas mulheres à frente de poder”.
Juliene destaca que esse foi um período difícil, mas que consolidou seu espaço. “Foi algo marcante, desafiador, me fez crescer quanto pessoa, quanto profissional, me fez saber que eu posso ter espaço em qualquer lugar, basta apenas oportunidade, conhecimento e que as pessoas acreditem no nosso potencial”.
A judoca enfrentou com força todos os obstáculos e, atualmente, atua como preparadora física e fisioterapeuta. Diante das vitórias dentro e fora do tatame deixa um recado às mulheres.
“Desejo que todas as mulheres realmente lutem por aquilo que deseja independente do espaço, da crítica, dos olhares e das falas. Tem que ir fundo atrás do seu sonho porque é assim que vai abrindo espaço para mais uma, mais uma, e quando for ver nós mulheres estamos tendo nosso devido espaço por direito”.
Empreendendo em um setor dominado pelos homens
A história desafiadora também faz parte da trajetória escolhida pela empreendedora Bia Macedo, de 29 anos.
Há 10 anos, entrou em um universo também predominantemente masculino: o da cerveja. Começou trabalhar em um empório gourmet e sem conhecimento na área se desafiou em gerenciar o setor de cervejas artesanais. A partir daí, não parou mais e se especializou e buscou a qualificação na área.
A sommelier de cerveja e vinho, especialista em harmonização e com formação de garçom, decidiu empreender em meio à pandemia. Bia criou o beergadeiro, uma mistura de doce com cerveja.
“Comecei só com o brigadeiro, agora ampliei meu portifólio com a harmonização fazendo brownie, bolo de cenoura e até ovos de páscoa. Participo de eventos em Ribeirão, região e no Estado de São Paulo vendendo glicose sem deixar o álcool.”
Mesmo conhecida no meio cervejeiro, os desafios comuns aconteceram e o preconceito também.
“Já passei por muita situação de assédios e piadinhas. Não me deram credibilidade por ser mulher. Sempre ouço de homens falas como, ‘ela é mulher e sabe mais do que você’. ‘Imagina casar com uma mulher dessa’”.
A especialista em cervejas conta que quando foi sommelier em uma choperia e estava atendendo no balcão, muitos clientes [homens] se dirigiam ao atendente homem para tirar as dúvidas.
E o assédio vai além do presencial, Bia conta que pela rede social recebe mensagens desagradáveis sempre que posta algo relacionado a cerveja. “Postei que estava bebendo uma cerveja sozinha e logo vieram os comentários do tipo: ‘se tivesse alguém para te acompanhar’. Com tudo isso, vai criando uma casca, mas sempre acontece e eu sempre tenho que estar preparada para este tipo de situação”, conclui.
Sonho de contar histórias
Formada pela Unesp de Bauru, a jornalista Daniela Penha, de 34 anos, decidiu dar um novo rumo para a carreira em 2016. Deixou as tradicionais redações de grandes jornais pelo sonho de contar histórias, afinal, como ela mesma diz, todo mundo tem uma história para contar.
Fundadora do “História do Dia”, a jornalista reúne, desde 2017, histórias inspiradoras que com a sensibilidade feminina encontra em seu dia a dia e divide com o mundo.
“Eu acredito que as histórias das pessoas podem transformar o entorno. Todos nós temos o que dizer, a nossa história importa. Eu entendi que era urgente contar as histórias das pessoas. Conhecendo a história do outro, você se identifica com o outro, você passa observar mais o que está em volta de você e você entende que aquela história é parte de você também.”
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