Edwaldo Arantes *
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O poeta cubano, “José Martí”, cunhou uma frase, “Plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”, frase que se popularizou em um plano Universal, sendo escrita e interpretada, centenas de vezes.
“José Julián Martí Pérez ( (1853-1895) e o uruguaio José Enrique Rodó (1871-1917) fariam parte de um terceiro momento da história do pensamento latino-americano, denominado por Leopoldo Zea “filosofia da libertação”. Diferentemente do primeiro período, dos “românticos”, e do segundo, dos positivistas “construtores de uma nova ordem”, nesse terceiro momento haveria uma preocupação com a formação de uma consciência coletiva nacionalista e anti-imperialista diante do fortalecimento norte-americano. Tanto Rodó quanto Martí foram influentes em seu tempo, mas também o transcenderam ao analisarem nas particularidades latino-americanas as formas de romper com a dominação presente na região”.
Bem, voltemos a uma noite de encantos com livros e amigos queridos na Livraria da Travessa, inclusive a gerente, Themis Maciel, corria entre as mesas do “Bar Quaser”, do amado Devanir, foi lá que conheci o Johnny Alf. Anos depois, já adolescente foi nossa aluna, no Anglo.
Companheiros de tantas ações, lutas e jornadas, me recuso a citar cada um, apenas vou citar todos na pessoa do Dr. Brasil Salomão, com sua simplicidade, elegância e fidalguia, templo do saber jurídico, na essência e nas relações, um cidadão como qualquer um.
O meu parceiro e editor do Jornal Tribuna, Hilton Hartmann, em seu semblante bravio, porém sereno, curto e grosso na mensagem ao Zap: “Está muito grande, corte”. Guardo nesta noite memorável e dos dias que antecederam muitas lembranças, como quando fui conceder uma entrevista ao José Fernando Chiavenato.
Ele abriu assim: “É o mais esperado livro do ano”. Terminado o papo, falei ao Zé. “Nós estamos em fevereiro! Ele com uma sonora gargalhada, tão característica dele comentou:
– É para passar este restinho de ano.
Interessante que a obra não fala da trajetória do Johnny na Bossa Nova, mas sim, da forte amizade que nos uniu.
Outro jornalista, o Zé eu posso citar, me perguntou: “Você acredita mesmo que ele foi injustiçado e esquecido? Não tive quaisquer dúvidas: Ele foi o criador da Bossa Nova, foi o gênio que inspirou Tom Jobim e João Gilberto.
Em uma notícia do Portal Terra e vários outros, foram listados os criadores da Bossa: João Gilberto, Tom Jobim, Roberto Menescal, Nara Leão e Vinícius de Morais.
Perguntei: Como pode o criador da Bossa Nova, se apresentar, com todo o respeito, na Sociedade Recreativa de Esportes, Brulhart e outros ao troco de R$ 200,00?
Merecia o suntuoso e Majestoso Theatro Pedro II, lotado.
Trocamos muitas confidências, dentre elas, algumas ou todas me marcaram até hoje:
– Edwaldo, Eu sou o homem mais só do mundo, não tenho sequer um canário para dar água.
Tenho uma filha Marina, Má, plantei muitas árvores, principalmente quando ocupei o cargo de Secretário Adjunto de Planejamento e Gestão Ambiental. Ontem completei o terceiro, ítem, apresentando meu livro, aos queridos amigos e queridas amigas, “Johnny Alf e Cia. Encontros com o gênio esquecido da Bossa Nova e outras crônicas.
Nunca perguntei seu nome ou a data do seu aniversário, anos depois em uma notícia sobre sua morte, lá estava:
Alfredo José da Silva ou simplesmente Johnny Alf, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de maio de 1929. Ele foi professor, compositor, pianista e cantor.
Quis o destino, nasci no dia 19 de maio de 1959.
* Agente cultural