Telefone havia sido comprado por comerciante em grupo de vendas pela internet
Por: Adalberto Luque
O celular do engenheiro Paulo Roberto Carvalho Pena Braga Filho, roubado após sua morte em um quarto de locação de curtas permanências na Vila Amélia, foi recuperado pela Polícia Civil na sexta-feira (16). O celular estava desaparecido desde a morte de Beto Braga, em 29 de dezembro do ano passado.
Um comerciante de 39 anos entregou o celular para o delegado responsável pelo caso, Targino Donizete Osório. Ele disse ter comprado o aparelho por R$ 1,5 mil após ver anúncio em grupo de compra, venda e troca de uma rede social.
O comerciante disse ter comprado de um homem chamado Thiago. Ele referiu-se a Thiago Soares de Souza, que já foi interrogado pela Polícia Civil no inquérito que apura o latrocínio de Beto Braga.
O aparelho entregue ao delegado estava desmontado e sem a placa, peça que armazena dados que poderiam trazer mais informações à Polícia Civil. Apenas com a carcaça, não será possível checar o que havia sido armazenado no aparelho.
Para o delegado, no entanto, o celular é a principal prova de que houve latrocínio. Um dos suspeitos do crime, Marcelo Fernandes da Fonseca, teria admitido o roubo do celular e do tênis de Beto Braga ao ser preso. Depois, na reconstituição do crime, ele voltou atrás.
Mas a dupla presa deve ser indiciada. “Tenho tempo ainda para encerrar o Inquérito Policial do engenheiro até o dia 12 de março. [Os dois presos] serão, obviamente, indiciados”, adiantou o delegado.
Entenda o caso
Beto Braga veio passar as festas de final de ano com a família, que mora em Ribeirão Preto. Morava em San Diego, Califórnia, EUA, onde era executivo de uma multinacional. Chegou ao Brasil em 19 de dezembro e, no dia 28, disse que iria sair com amigos. Seu corpo foi encontrado em 30 de dezembro no quarto de um imóvel de locação para curtos períodos, na esquina da Rua Eduardo Prado com Avenida do Café, Vila Amélia, zona Oeste da cidade.
No apartamento onde o corpo estava, havia pinos, supostamente de cocaína, cartela de medicamento para estímulo sexual, latas de cerveja e um tubo com gel lubrificante. O laudo confirmou que a morte ocorreu por asfixia mecânica, ou seja, estrangulamento. O celular e um par de tênis da vítima sumiram.
Durante as investigações e com uso de inteligência policial, os agentes conseguiram identificar Gabriel Souza Brito, um dos homens que teria participado do encontro com o executivo. Ele estava em Nova Iguaçu, região da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Foi preso e trazido para Ribeirão Preto.
Após depoimento, Brito revelou o apelido de outra pessoa que teria participado do crime. As investigações evoluíram e Marcelo Fernandes da Fonseca foi preso em Diadema, Grande SP. Ele foi trazido para Ribeirão Preto e interrogado.
Durante o depoimento de Fonseca, surgiu uma terceira pessoa, de nome Thiago, que teria ficado com o celular. Na reconstituição do crime, ambos disseram ter dado o golpe que matou Beto Braga.
Com a localização do celular, mesmo sem a placa, para o delegado já foi configurado o latrocínio. O inquérito deve ser concluído até 12 de março, e Osório deve indiciar Marcelo e Gabriel por latrocínio de Beto Braga. Thiago será indiciado por receptação. O comerciante que comprou o celular também deve responder por receptação.