A Câmara de Ribeirão Preto vai analisar um projeto de lei que cria o Programa Aedes do Bem. O objetivo é combater as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – vetor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. A proposta é de Alessandro Maraca (MDB) e foi protocolada na quinta-feira, 15 de fevereiro.
O projeto consiste na liberação do mosquito Aedes aegypti macho geneticamente modificado, que possui característica autolimitante, capaz de inibir 0a reprodução da própria espécie. Ao se cruzarem com fêmeas presentes no ambiente, produzem apenas novos machos iguais a ele.
Neste cruzamento, as fêmeas não sobrevivem e apenas os descendentes machos chegam à fase adulta, herdando dos pais a característica autolimitante. Ou seja, que não picam e não transmitem doenças. Segundo a Oxitec, multinacional britânica de biotecnologia responsável por fazer a mutação genética do mosquito, o resultado observado é a queda do número de fêmeas.
Consequentemente, o controle populacional do Aedes aegypti. Atualmente, o programa já existe nas cidades de Congonhas (MG), Manaus (AM), Segredo (RS), Patos de Minas (MG), Suzano (SP) e em São Paulo. A caixa grande, utilizada para soltura em ambientes grandes e locais públicos em parceria com as prefeituras, tem capacidade para liberar 1,2 mil mosquitos adultos
A minicaixa, para residências, libera entre 300 e 400 insetos e custa cerca de R$ 250. Segundo Maraca, a ideia é que o programa ajude a complementar as outras ações realizadas no combate à dengue na cidade. A ação já recebeu permissão da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para realizar projetos em todo o território nacional.
Procurada para analisar a proposta, a Secretaria Municipal de Saúde informou que ainda não recebeu a proposta para se manifestar a respeito. Para ser implantado o projeto precisa ser aprovado pelos vereadores e sancionado pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB).
Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue, desta vez de nível 2. Na quinta-feira, a Secretara Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano. Já são 1.828 ocorrências em janeiro, além de 5.462 sob investigação. Até agora não há nenhum óbito confirmado em 2024. Foram oito falecimentos em decorrência da doença em 2023. Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.258 casos.