Um pesado bombardeio em Gaza, com dezenas de ataques aéreos apoiados por blindados em solo foi o cenário que o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, deixou para trás para ir ao Cairo negociar uma proposta de cessar-fogo na guerra com Israel e que supostamente envolveria a libertação de reféns israelenses.
O Ministério da Saúde de Gaza disse na quarta-feira (31) que 26.900 palestinos foram mortos no território desde o início do conflito, em 7 de outubro, após o ataque do Hamas ao sul de Israel, e quase 66.000 pessoas ficaram feridas.
Israel, por sua vez, informou que três dos seus soldados foram mortos em batalhas em Gaza nas últimas 24 horas, elevando para 224 o total de mortos desde o início da ofensiva terrestre na região.
A trégua entre Israel e o Hamas
A trégua entre Israel e o Hamas está sendo costurada há algumas semanas e, nos bastidores, circula a informação de que o grupo só aceitaria um acordo que incluísse o fim da guerra e a retirada de todas as tropas israelenses de Gaza.
Do lado de Israel, os negociadores chegaram a concordar com a base de uma proposta para a libertação de reféns.
O pacto, elaborado durante uma reunião dos chefes das agências de inteligência Mossad e Shin Bet com membros do governo do alto escalão dos EUA, do Catar e do Egito, foi apresentado na segunda-feira ao Hamas e beirou o fracasso.
Mas, nesta quinta-feira (1), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, sinalizou que ainda havia chance de o cessar-fogo ser alcançado.
“Ainda temos um caminho muito difícil pela frente”, disse al-Ansari, sobre um acordo para pôr fim à guerra em Gaza.
“Mas estamos otimistas porque ambos os lados concordaram agora com a premissa que levaria a uma próxima pausa. Esperamos que nas próximas semanas possamos compartilhar boas notícias sobre isso”, acrescentou.
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As linhas gerais do acordo
O acordo permitiria ainda a libertação de todos os reféns israelenses, começando pelas mulheres, crianças, idosos e doentes.
Fontes próximas da negociação indicam ainda que a oferta gira em torno de uma pausa de 45 dias nos combates em troca de 35 a 40 reféns na primeira fase. Cerca de 100 a 250 prisioneiros palestinos seriam libertados por cada refém.
Novas libertações aconteceriam em troca de uma extensão da trégua e de uma maior proporção de liberações de prisioneiros palestinos por cada refém.
Haveria ainda “pausas faseadas” na guerra de Israel contra o Hamas enquanto o processo se desenrolasse.
Israel também permitiria mais ajuda a Gaza e libertaria um grande número de prisioneiros palestinianos.
O acordo não prevê um cessar-fogo permanente, mas também não exclui essa possibilidade.
*Com informações do The Guardian e da Al Jazeera