O tão sonhado aumento do salário mínimo começa a ser sentido hoje nas contas dos brasileiros. Nesta quinta-feira (1), os trabalhadores passam a receber o novo valor de R$ 1.412.

Apesar de ter entrado em vigor em janeiro, os profissionais precisaram esperar completar um mês de trabalho para ver o pagamento aumentar.

A remuneração atual é R$ 92 maior que o salário de R$ 1.320, que estava em vigor de maio a dezembro de 2023. O valor representa um aumento de 6,97%.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o reajuste deve beneficiar 59,3 milhões de trabalhadores, que têm sua renda atrelada ao salário mínimo. 

Além disso, a entidade estima que o governo deve arrecadar R$ 37,7 bilhões a mais por causa do aumento do consumo atrelado ao aumento.

No entanto, apesar do acréscimo bem-vindo, o valor ainda não é suficiente para comprar duas cestas básicas, que atualmente custam R$ 772,51, segundo o Dieese.

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Quem recebe o aumento?

Não é todo mundo que vai sentir o peso das notas a mais no bolso. Para receber o aumento, a renda precisa seguir o salário mínimo. Portanto, trabalhadores formais, aposentados e pensionistas devem ter o pagamento ajustado.

Assim como para os profissionais de carteira assinada, o seguro-desemprego também terá reajuste apenas a partir de fevereiro. 

Já para os aposentados e pensionistas do INSS, o valor passou a ser recebido no final de janeiro. Isso porque os benefícios são pagos entre os últimos cinco e os cinco primeiros dias úteis do mês.

Para os pais e mães que pagam pensão alimentícia, ela também deve ser reajustada.

Quanto realmente entrou no bolso?

O novo salário mínimo corresponde à inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que totalizou 3,85%, e o crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.

Descontando a inflação pelo INPC, o ganho real no pagamento é de 5,77% em relação a maio de 2023, quando a remuneração era de R$ 1.320.

Se considerar o salário mínimo de R$ 1.302, que vigorou de janeiro a abril, o ganho seria menor, de 4,69%. Isso porque o INPC, índice que mede a inflação das famílias de menor renda, estava mais alto no início de 2023.

Este é o segundo ano, desde 2019, que o trabalhador vê um aumento real na carteira. Entre 2020 a 2022, o salário mínimo foi corrigido apenas pelo INPC, sem ganhos reais.

*Com informações da Agência Brasil e O Globo