A guerra entre Rússia e Ucrânia vai completar dois anos no mês que vem e mesmo com os reveses que o presidente russo, Vladimir Putin, sofreu nesse período, o Ocidente acredita que o chefe do Kremlin quer mais.
Finlândia e Suécia estariam na mira do Putin como possíveis alvos de uma “operação militar especial” — a maneira como o presidente russo chamou a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
A mira da Rússia nos dois países nórdicos não é à toa. No ano passado, Finlândia e Suécia abandonaram décadas de não-alinhamento militar em uma mudança política histórica desencadeada pela guerra na Ucrânia, apresentando simultaneamente pedidos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e prometendo concluir o processo “de mãos dadas”.
Não demorou muito e em março de 2023, a Finlândia recebeu luz verde do parlamento para se tornar membro permanente da Otan.
Essa aprovação fez com que Putin tivesse apenas a Suécia como rota para uma saída mais ao norte. Meses depois, os suecos ficaram mais perto de entrar na aliança, depois que a Turquia deu sua bênção ao processo.
O Ocidente acredita ainda que a Rússia também se prepara para invadir outros antigos estados soviéticos, como Letônia, Lituânia e Estônia.
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A Rússia vai invadir?
Antes de a Rússia invadir a Ucrânia, Putin emitiu diversos alertas aos EUA e aliados sobre essa possibilidade — e não foi levado a sério.
Agora, o homem forte de Putin ridiculariza as preocupações ocidentais sobre a possibilidade de a Rússia invadir outros países nesse momento.
“A mentalidade é [que] tudo relacionado com a Ucrânia deve ser usado para infligir, como dizem, uma derrota estratégica à Rússia”, disse Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo.
“Eles dizem diretamente: ‘Se a Rússia vencer e defender os seus interesses nesta guerra, então os Estados Bálticos, a Suécia e a Finlândia serão os próximos’”, acrescentou Lavrov.
“O absurdo de tais declarações é claro para todos, para qualquer pessoa que entenda a história no mínimo grau e compreenda os objetivos que anunciamos abertamente, sem esconder, em relação à operação militar especial na Ucrânia.”
Lavrov repetiu as afirmações feitas por Vladimir Putin e outras autoridades russas de que a Ucrânia era uma parte histórica da Rússia e que os ucranianos e os russos são “um só povo”. Ele reiterou também que a Otan pretendia ameaçar a segurança da Rússia.
*Com informações da CNBC e da Agência Tass