Principal concorrente da Nvidia (NVDA), TSMC apresenta balanço positivo e ações saltam 8% em Nova York — mas risco de Taiwan em 2024 preocupa

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A disputa no setor de tecnologia encontrou uma nova fronteira: a de semicondutores — chamados popularmente de chips. E a principal concorrente da queridinha Nvidia, a Taiwan Semiconductors Manufacturing (TSMC) acaba de apresentar um balanço bastante positivo. 

A maior fabricante de chips do planeta apresentou um lucro de 238,71 bilhões de novos dólares taiwaneses (cerca de US$ 7,56 bilhões) no trimestre até dezembro. Isso representa um recuo anual de 19,3%, mas um aumento de 13,1% em relação ao terceiro trimestre de 2023.

O reflexo nos papéis da empresa acontece no pregão desta quinta-feira (18): a ação TSM chegou a saltar mais de 8%, mas perdeu força ao longo da manhã e opera em alta de 7%, cotada a US$ 110,12. 

A companhia também possui um BDR (sigla em inglês para recibo de ação) negociado na bolsa brasileira. Assim, o TSMC34 também sobe 6,41%, cotado a R$ 68,08. 

As empresas do segmento de chips e semicondutores também sobem em bloco: A Nvidia (NVDA) avança 2,60%, a Advanced Micro Devices (AMD) salta 3,01% e a Intel (INTC), 2,49% no mesmo horário. 

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Destaques do balanço da TSMC: chips e semicondutores

No último trimestre do ano passado, as vendas permaneceram estáveis em US$ 19,62 bilhões na comparação com o mesmo período do ano anterior. Contudo, o crescimento foi de 13,6% em dólar americano em comparação ao trimestre imediatamente anterior. 

O segmento de semicondutores — isto é, chips com 7 nanômetros (nm) ou menos — representaram 67% da receita total, ante 54% no quarto trimestre de 2022.

É Importante notar que os chips de 3nm — mais modernos — não existiam um ano atrás, mas já foram responsáveis por 15% das vendas no último trimestre de 2023. 

Essa participação dos chips menores acabou influenciando negativamente nas margens da companhia. Mas o impacto já era esperado, dado que o lançamento de novos produtos costuma gerar mais despesas do que receitas em um primeiro momento. 

Os principais destinos

A maior parcela dos chips da TSMC vão para o setor de computação de alta performance e smartphones. Vale lembrar que o segmento de computação em nuvem é um dos que mais influenciou no balanço do terceiro trimestre das big techs — o que também impulsionou o resultado da Nvidia.

Ambos os segmentos foram responsáveis por 43% das vendas cada. Porém, tanto a margem bruta quanto a operacional caíram no período. O lucro líquido de 2023 foi 17,5% menor do que o de 2022, caindo para US$ 26,9 bilhões. 

“Apesar da retração nos resultados, os investidores gostaram do que viram, principalmente diante das palavras do CFO Wendell Huang, que afirmou que agora no primeiro trimestre a companhia espera um impacto sazonal nos números da plataforma de smartphone, mas que deve ser parcialmente compensado pela continuidade da demanda relacionada a parte de Computação de Alta Performance”, escreve Enzo Pacheco, analista de tecnologia da Empiricus. 

TSMC e o risco Taiwan

No último fim de semana, o candidato “anti-China”, Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista (DPP), venceu as eleições na ilha. Porém, sua vitória ocorre em um momento de elevada tensão nas relações entre a China e os Estados Unidos.

Além disso, o DPP perdeu a maioria no legislativo, com a oposição dividida entre o Kuomintang (KMT), que não conseguiu assentos suficientes para liderar o parlamento, e o Partido Popular de Taiwan (TPP), que agora detém um papel decisivo no equilíbrio de poder.

Acontece que o candidato derrotado do KMT, Hou Yu-ih, era visto como o preferido de Pequim e um potencial facilitador para uma reunificação pacífica com a China — e Lai é visto com bons olhos pelos EUA, o que acirra ainda mais a disputa internacional entre os países.

Chove em um, molha no outro

É preciso dizer também que tanto a TSMC quanto a Nvidia estão no fogo cruzado dos EUA e da China. Recentemente, a terra do Tio Sam disse que iria “restringir significativamente” as exportações de semicondutores — chamados genericamente de “chips” — de Inteligência Artificial (IA), um segmento cuja produção é dominada pela China.

À época, isso afetou os papéis de empresas do setor, como a Nvidia, Intel, AMD e a própria TSMC. 

Mesmo assim, Pacheco se diz otimista com o setor. “Apesar dos riscos geopolíticos, entendemos que TSMC segue sendo extremamente importante para o desenvolvimento de novas tecnologias, como a IA, e qualquer possível impacto no seus negócios seria algo altamente discutido nos círculos políticos de Washington e Pequim”. 

Para ele, a TSMC ainda é uma das melhores oportunidades de investimento no campo da tecnologia. A Nvidia, uma das empresas mais visadas no setor, só deve divulgar seus resultados em 28 de fevereiro deste ano, segundo o Investing.com



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