Depois de mais de dois anos sem ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) de ações na bolsa brasileira, uma empresa pretende testar as águas do mercado. No caso, trata-se de uma companhia do ramo: a Oceânica Engenharia.
Fornecedora da Petrobras, a companhia que presta serviços para a indústria de óleo e gás anunciou a intenção de listar suas ações na B3.
Para isso, contratou os bancos BTG Pactual, Itaú BBA, UBS, Bradesco BBI, Santander e ABC Brasil para coordenar a operação.
O plano da Oceânica é fazer uma oferta primária e secundária. Ou seja, emitir novas ações e vender parte dos papéis dos atuais acionistas. Alfredo Califfa, fundador da companhia e presidente do conselho de administração, possui hoje 100% do capital.
A empresa não informou o quanto espera captar, mas disse que pretende usar o dinheiro que entrar no caixa para a aquisição de embarcações, máquinas e equipamentos.
Lembrando que o último IPO na B3 foi o do Nubank, em dezembro de 2021. Ainda assim em uma dupla listagem com a Nyse (bolsa de Nova York). Desse modo, o último IPO “puro” na bolsa brasileira foi o da Vittia, em setembro de 2021.
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Oceânica: receitas em alta, graças à Petrobras
Os números da Oceânica mostram o que os investidores gostam de ver em empresas com planos de IPO: crescimento.
Nos nove primeiros meses de 2023, a receita líquida da companhia atingiu R$ 684 milhões. Trata-se de um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na mesma base de comparação, o lucro líquido avançou 88,7%, para R$ 19 milhões.
Mas a maior parte do resultado da Oceânica vem dos contratos com a Petrobras. No terceiro trimestre, por exemplo, 99% da receita veio de contratos com a estatal, de acordo com informações da companhia.
O backlog (carteira de pedidos) com a Petrobras era de R$ 4,9 bilhões em setembro. Então a companhia tem boa parte da receita futura contratada.
A Oceânica vem financiando a expansão com dívida. A relação entre o endividamento líquido e o Ebitda da companhia estava em 2,7 vezes em setembro.