CMO do Outback destaca uso da tecnologia na liderança

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raquel paternesi, nova CMO do outback

Raquel Paternesi, que acaba de assumir como CMO do Outback, construiu sua carreira na indústria de alimentos, em empresas como Cacau Show, Bob’s e Fini

Executiva de marketing, Raquel Paternesi traz no currículo um olhar voltado para tecnologia e inovação na indústria de alimentos. Foi responsável pela transformação digital do Bob’s, pela construção de novas marcas da Cacau Show e, agora, assume como CMO da Bloomin’ Brands, a holding dona dos restaurantes de comida australiana Outback, além das marcas Abraccio e Aussie Grill. “A tecnologia não só aprimora a eficiência operacional, mas também fornece dados para personalizar a experiência do cliente”, diz ela sobre a importância de, como líder, dominar e investir em tecnologia.

A executiva, que iniciou a carreira há 25 anos como secretária no Walmart, estava crescendo profissionalmente quando decidiu fazer uma pausa para se dedicar à maternidade. Foi estudar nos Estados Unidos e, de volta ao Brasil, tornou-se franqueada da Cacau Show. “Enquanto alcançava resultados positivos à frente de duas franquias, fui convidada a integrar o time de gestão da marca” – o que, segundo Raquel, foi o turning point da sua carreira.

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Como diretora de marketing da empresa, esteve à frente do lançamento de mais de 300 produtos ao ano e da construção das marcas LaCreme e Bendito Cacao. Mais tarde, no Bob’s, lançou o aplicativo próprio da empresa e liderou as estratégias de mais de 1.000 pontos de venda no país. Mais recentemente, atuou como diretora de marketing global da Fini, à frente da expansão da marca espanhola.

Abaixo, Raquel conta como se desenvolveu para chegar à posição atual e como se mantém atualizada sobre as transformações dos mercados, das marcas e das tecnologias.

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Forbes: O que você acredita que te destacou para assumir essa posição? 

Raquel Paternesi: Minha experiência inclui liderança em empresas de destaque, como a Cacau Show, onde construí as marcas LaCreme e Bendito Cacao, e o Bob’s, onde iniciei uma transformação digital marcante para a marca, que está no mercado há 70 anos.  

 Tenho uma compreensão aguçada do cenário competitivo, aliada à habilidade de superar desafios, o que fortalece minha aptidão para esta posição, além da minha afinidade com a Bloomin’ Brands.  

 F: Quais habilidades você precisou desenvolver ao longo da carreira? 

 RP: Em primeiro lugar, destaco a importância do aprendizado contínuo. Investir tempo e esforço para adquirir novas competências, acompanhar as tendências do mercado e absorver as inovações tecnológicas tornou-se uma prática indispensável para o sucesso na área de marketing. 

 Outro ponto foi a capacidade de aprender com os erros. No contexto do marketing, em que as estratégias podem variar e os resultados nem sempre são previsíveis, a resiliência e a habilidade de extrair lições mesmo em momentos desafiadores, são essenciais. Isso não apenas contribui para o aprimoramento pessoal, mas também para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes. 

F: O que você aprendeu nas passagens por diferentes empresas do setor de alimentos? 

RP: Como CMO no setor de alimentos, compreendi a importância da inovação em um ambiente altamente competitivo. Incentivar melhorias em produtos, processos e modelos de negócios, com olhar para a diversidade cultural e de paladar no Brasil. 

A agilidade na adaptação às mudanças do mercado e uma gestão minuciosa da cadeia de suprimentos são cruciais. Isso envolve desde parcerias estratégicas até garantir a segurança alimentar, essenciais para preservar a qualidade e assegurar a continuidade operacional. 

Também aprendi a importância de adotar uma abordagem tecnológica no ponto de venda. Ela é uma aliada poderosa na construção de conexões autênticas com os clientes, promovendo não apenas a eficiência operacional, mas também um ambiente mais envolvente e adaptado às necessidades do consumidor no dinâmico cenário do food service. 

F: O que mais você aprendeu ao longo dessa jornada?

RP: Aprendi que conciliar vida e trabalho exige uma gestão eficiente do tempo e priorização de tarefas. Estabelecer limites claros, delegar responsabilidades e investir em automação são estratégias-chave para otimizar a produtividade. Além disso, valorizo a importância de cuidar da saúde mental e física. 

F: Qual foi o turning point da sua carreira? 

RP: Minha trajetória na Cacau Show. Ao gerenciar duas franquias da marca, compreendi a dinâmica única do vendedor franqueado. E os desafios e sucessos dessa jornada me levaram a assumir papéis importantes, primeiro como gerente de produtos e, posteriormente, como diretora de marketing. 

F: Como você se mantém atualizada em relação às mudanças dos mercados, das marcas e principalmente das tecnologias? 

RP: Busco atualização por meio de fontes de notícias especializadas, leitura de livros, podcasts, participação em eventos do setor, feiras e congressos como NRA, Galunion Insights e Web Summit. Acompanho relatórios de tendências, como Oxygen, Ark, Shelovefuture, e referências tradicionais como Harvard Business Review.  

 No contexto das marcas, analiso estratégias de marketing, estudando casos de sucesso e insucesso. Em relação à tecnologia, estou sempre experimentando novas ferramentas e plataformas para compreender seu impacto e funcionalidade no mercado, o que me permite trocar insights e experiências com colegas e especialistas.  

F: Qual a importância de um profissional C-Level dominar o uso da tecnologia – tanto no dia a dia das suas funções quanto para propor inovações? 

RP: Operamos no segmento de comfort food, que possui uma sinergia natural com o universo digital. Hoje, a tecnologia não só aprimora a eficiência operacional, mas também fornece dados para personalizar a experiência do cliente, com insights valiosos sobre as preferências e comportamentos dos consumidores. 

Durante minha passagem pelo Bob’s, além de termos lançado o aplicativo próprio da marca, o Chama o Bobs, também promovi evoluções na plataforma Bob’s Fan, uma estratégia inovadora para aprimorar a comunicação com os consumidores, transcendendo a simples oferta de produtos e descontos. Enfrentamos com sucesso a curva de aprendizado associada às plataformas de marketplace, como iFood, Uber Eats e Rappi, fortalecendo a presença da marca nesses canais. 

 F: Como tem sido seu onboarding na empresa? Qual a importância de fazer treinamentos na cozinha e ter contato com profissionais de diferentes níveis? 

 RP: Minha experiência de onboarding foi mais do que uma introdução formal. Foi uma jornada de três semanas, com treinamento completo e envolvente, onde mergulhei de cabeça em diversas atividades, desde o agito da cozinha até o calor do atendimento ao cliente. Na Bloomin Brands todos os profissionais que adentram a companhia passam por treinamentos na cozinha e no salão, antes de iniciar a atividade no escritório.  Essa experiência é importante para nos conectar com o que fazemos aqui na empresa e eleva o padrão técnico, proporcionando insights valiosos para daqui em diante. 

 F: O que você gostaria de ter ouvido no início e que poderia ter feito a diferença? 

RP: Entender desde o início a importância da adaptabilidade e resiliência teria sido um guia valioso em minha trajetória. A capacidade de se ajustar às mudanças e superar obstáculos não apenas fortalece a gente no papel de líder, mas também possibilita a navegação mais suave em diferentes cenários no âmbito pessoal. 

Por quais empresas passou 

Fini Company, Bob’s, Cacau Show, Cadbury Adams, Walmart, e atualmente Bloomin’ Brands

 Formação 

MBA em Marketing Estratégico pela ESPM, liderança e finanças pela John Brown University e transformação digital pela FIA

 Primeiro emprego 

Secretária bilíngue no Walmart

 Primeiro cargo de liderança 

Gerente de marketing e produtos no Walmart

Tempo de carreira 

Cerca de 25 anos





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