O Príncipe Negro da Música Brasileira” – Folha de Ribeirão

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Em uma noite embalada pela música de choristas locais, a Secretaria da Cultura e Turismo realizou na última terça-feira, 09 de janeiro, uma cerimônia de reinauguração da exposição “Euclydes de Araújo Senna: O Príncipe Negro da Música Brasileira”, no Museu da Imagem e do Som de Ribeirão Preto (MIS-RP).

Com entrada gratuita, a mostra traz informações e materiais – muitos deles inéditos – do artista que é uma personalidade importante da região de Ribeirão Preto e figura chave para a música brasileira e sua difusão na América Latina. A exposição tem como fio condutor a trajetória artística e pessoal de Euclydes de Araújo Senna, o Príncipe Negro, e reunirá um acervo de fotos do artista, além de um acervo documental preservado pelo MIS Ribeirão Preto.

O secretário da Cultura e Turismo, Pedro Leão, que conduziu a cerimônia, falou sobre a importância da memória do artista. “Temos uma responsabilidade enorme para além da obra documental de Euclydes Senna. Precisamos também corrigir erros do passado, de uma época em que o Príncipe Negro é tratado em muitos documentos como pardo. Ele era um homem preto, de muito talento, que hoje ganha uma exposição como grande artista que foi”. Disse ele.

A escolha de explorar a história de Euclydes visa estimular e tornar acessível o conhecimento sobre sua obra, além de preservar a memória de um importante personagem local e explorar a memória do chorinho no estado e na região.

Sobre o Príncipe Negro

Considerado o maior divulgador do samba e da música popular brasileira na América Latina, mesmo com a circulação e destaque internacional do seu trabalho e carreira, a trajetória do Príncipe Negro ainda é pouco conhecida no Brasil e na região de Ribeirão, cidade que sempre amou e para qual sempre retornou. Músico polivalente, além de maestro, dançarino e cantor, Euclydes de Araújo Senna destacava-se especialmente ao empunhar o saxofone como seu instrumento principal.

Desempenhou um papel pioneiro ao promover a música brasileira na América Latina, em especial o samba e o choro, feito em paralelo ao impacto de Carmen Miranda na América do Norte. No entanto, a história relegou Euclydes ao esquecimento e sua trajetória não alcançou a mesma grandiosidade de Carmen, sendo afetada por diversos fatores, inclusive o persistente preconceito racial.

Reconhecido precocemente aos 16 anos por ninguém menos que o mestre Pixinguinha, nos anos 1920 embarcou em uma jornada pelo mundo, compartilhando sua arte e conquistando prestígio e prêmios por onde passava. Ganhou o apelido de Príncipe Negro no México ao conquistar o terceiro lugar em um importante concurso internacional de saxofones, um título e apelido que carregaria consigo para sempre.

A exposição é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Museu da Imagem e do Som, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Secretaria da Cultura e Turismo de Ribeirão Preto e Museu da Imagem e do Som de Ribeirão Preto.



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