Em dezembro de 2023, as vendas no Comércio de Ribeirão Preto cresceram 3% em relação ao mesmo período do ano passado. Quando a comparação é feita com o mês anterior (novembro de 2023, que teve variação negativa de -2,5%), a alta é de 6,5% nas vendas, próxima da projeção feita antes do Natal que era de um crescimento entre 7% e 10%. Os indicadores são do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas).
“Em Ribeirão Preto o desempenho foi positivo, porém, abaixo do que seriam expectativas normais para um Natal. No Comércio Tradicional daqui percebemos a mesma tendência registrada no Varejo nacional. E olha que somos a capital de consumo da macrorregião”, analisa Diego Galli Alberto, coordenador e pesquisador do CPV SINCOVARP/CDL.
Outro aspecto que impediu um resultado melhor nas vendas natalinas, em Ribeirão Preto, é o impacto negativo das obras de mobilidade em importantes regiões comerciais da cidade. “O corredor da Av. Nove de Julho, por exemplo, teve o Natal extremamente comprometido. As lojas que estão com a interdição na porta, praticamente perderam a melhor época do ano para o Varejo. Na Av. Dom Pedro I, a proibição de estacionamento também dificultou a ida dos consumidores às lojas”, diz.
No campo macroeconômico, Galli explica que “os altos níveis de endividamento e de inadimplência dos brasileiros, mais os receios com as contas em atraso e com as despesas de início de ano, deixaram o consumidor mais cauteloso. Para muitos, a prioridade foi mesmo pagar as contas”, afirma.
Empregabilidade
O CPV apurou que, em dezembro, a média de variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas no Varejo de Ribeirão Preto apresentou estabilidade. A tendência é de que, em janeiro de 2024, a empregabilidade no Comércio tenha variação negativa até pela demissão da maioria dos trabalhadores temporários contratados nos últimos meses de 2023.
Voltou a subir
Com essa leve melhora nas vendas, em dezembro, o Índice SINCOVARP/CDL de Confiança do Varejo voltou a subir. Considerando o futuro dos negócios nos próximos três meses (no curto prazo) em uma escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o nível de confiança dos lojistas ficou em 3,4 pontos (ante 2,6 pontos, em novembro) classificado como positivo.
Com base na mesma escala, o índice de confiança para o longo prazo (considerando os próximos 12 meses) também se recuperou. Ficou em 3,5 pontos (ante 2,9 pontos, em novembro), também classificado como positivo.
“Resumindo: o desempenho de vendas de dezembro teve variação positiva mas ficou abaixo do esperado. Muitos lojistas viraram o ano com mais mercadorias em estoque. Isso significa que, agora em janeiro, devem acontecer promoções interessantes de saldos de Natal para as quais os consumidores devem ficar atentos. Boas oportunidades podem surgir com descontos e promoções atrativos. Apesar dessas liquidações darem certo movimento ao Comércio é preciso entender que, em verdade, elas ajudam a resolver o problema do ano anterior. Esse primeiro semestre de 2024 não será fácil para o Comércio Varejista”, finaliza Galli.
