O temor da escalada do conflito no Oriente Médio já vinha tomando corpo no fim do ano passado e agora parece que são cada vez maiores as preocupações de que as tensões se alastrem por toda a região, com o envolvimento de novos atores.
E mais um sinal veio de explosões que mataram pelo menos 84 pessoas no sul do Irã — um ataque que teve como alvo uma cerimônia em memória do general Qassem Soleimani, um importante general iraniano morto pelos EUA em 2020.
A ação se soma ao ataque com drone que matou um importante líder do Hamas na capital libanesa, Beirute, na terça-feira (3).
Além disso, os rebeldes no Iêmen continuam a atacar navios comerciais que transitam pelo Mar Vermelho, aumentando os receios de que a guerra de quase três meses de Israel contra o Hamas possa alastrar-se para além de Gaza.
Ainda tem o Líbano…
O Hezbollah, que opera tanto como partido político como como grupo paramilitar no Líbano, tem trocado tiros quase diários com as forças armadas israelenses desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.
O Líbano disse que Israel foi responsável pelo ataque com drones de terça-feira e acusou Tel Aviv de tentar arrastar Beirute para uma guerra regional.
Israel não assumiu a responsabilidade pela ação, enquanto um conselheiro do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descreveu-o como um ataque “cirúrgico” ao Hamas, em vez de um ataque ao Líbano.
Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, alertou em um discurso mais cedo que se Israel alimentar tensões com o grupo militante apoiado pelo Irã, os combatentes reagirão sem “limites, regras e controles”.
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EUA também mandam recado
Separadamente, em carta assinada pelos EUA e 12 aliados, a Casa Branca emitiu hoje um aviso aos Houthis do Iêmen, dizendo que os ataques em curso contra navios comerciais que transitam pelo Mar Vermelho eram “ilegais, inaceitáveis e profundamente desestabilizadores”.
“Que a nossa mensagem seja agora clara: apelamos ao fim imediato destes ataques ilegais e à libertação de embarcações e tripulações detidas ilegalmente”, afirmou a Casa Branca.
A carta é assinada pelo Reino Unido, Canadá, Austrália, Japão, Itália, Alemanha, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Nova Zelândia, Singapura e Bahrein.
“Os Houthis arcarão com a responsabilidade pelas consequências caso continuem a ameaçar vidas, a economia global e o livre fluxo de comércio nas vias navegáveis críticas da região”, acrescenta a declaração conjunta.
Os EUA afirmam que quase 15% do comércio marítimo global passa pelo Mar Vermelho, incluindo 12% do petróleo comercializado por via marítima e 8% do comércio mundial de gás natural liquefeito.
*Com informações da CNBC