Frequência com que você vai ao banheiro pode indicar Alzheimer

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Eis uma descoberta alarmante que potencialmente um dos indicadores da doença de Alzheimer pode não estar na mente, mas sim no intestino.

Uma pesquisa recente, realizada durante seis anos e apresentada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, abriu os olhos para as possíveis conexões entre a digestão e a demência.

Constipação revelada como possível sinal de Alzheimer

Créditos: Depositphotos/ryanking999

Constipação revelada como possível sinal de Alzheimer

Quando a constipação se torna um problema?

De acordo com os resultados desse estudo, constipação – especificamente, movimentos intestinais a cada três dias – pode ser um indicador de risco para a demência. Surpreendentemente, houve uma relação direta entre a constipação crônica e um declínio na função cognitiva que era equivalente a três anos de envelhecimento.

Com base na pesquisa, 73% dos casos que mostraram um déficit cognitivo apresentavam quadro de constipação. Isso sugere que problemas intestinais regulares podem ser um dos marcadores ocultos de doenças degenerativas.

Além disso, o interesse não se limitava apenas à constipação, pois os cientistas também descobriram um risco ligeiramente maior de demência em pessoas que evacuavam mais de duas vezes por dia.

Os microrganismos do intestino e Alzheimer

Importante notar, são os níveis de certos microrganismos no intestino que podem estar dando a luz a essa recente descoberta.

A pesquisa associou a presença reduzida de bactérias produtoras do ácido graxo butirato e de fibras alimentares à constipação e, consequentemente, ao declínio cognitivo.

“Quando um sistema está com defeito, ele afeta outros sistemas. Quando essa disfunção não é tratada, pode criar uma cascata de consequências para o resto do corpo”, disse Heather M. Snyder, vice-presidente de relações médicas e científicas da Alzheimer’s Association.

E a conexão entre Alzheimer e bactérias não para aí. Outra pesquisa apresentada na mesma conferência, liderada por Yannick Wadop, pós-doutorando no Instituto Glenn Biggs para Alzheimer e Doenças Neurodegenerativas da UT Health San Antonio, aponta a ligação entre o acúmulo de beta-amilóide, principal constituinte das placas de amiloide observadas no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer, e os níveis de certas bactérias na microbiota.

A consequência disso?

As descobertas dizem muito sobre as conexões entre o intestino e o cérebro.

“Essas descobertas começam a revelar conexões mais específicas entre nosso intestino e nosso cérebro. Acreditamos que a redução de certas bactérias identificadas pode aumentar a permeabilidade intestinal e o transporte de metabólitos tóxicos no cérebro, aumentando assim a deposição de beta-amilóide e tau”, afirmou Yannick Wadop.

Este é definitivamente um desenvolvimento interessante, que com certeza guiará pesquisas futuras sobre os fatores e indicadores da doença de Alzheimer.





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