Deseja se tornar pai? Então é melhor deixar o álcool de lado com antecedência. Um estudo, realizado pela Texas A&M University, aponta que o consumo de bebidas alcoólicas pode interferir negativamente no desenvolvimento fetal, mesmo que ocorra meses antes da concepção.
A pesquisa, publicada na revista científica Andrology, demonstrou que para o esperma do futuro pai se livrar completamente dos efeitos do consumo de álcool, é necessário um período de mais de um mês de abstinência.
E mais: os hábitos paternos de consumo de álcool antes da concepção podem causar prejuízos como defeitos cerebrais e faciais associados à síndrome alcoólica fetal (SAF). Além de afetar a formação da placenta e até mesmo os resultados de fertilização in vitro.
Mas afinal, o que ocorre no organismo durante a abstinência?
Michael Golding, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas da Texas A&M University, explica que durante esse processo, o corpo precisa aprender a funcionar sem a presença do álcool, provocando o que chamamos de abstinência.
E é justamente durante esse período que o esperma do homem continua a ser impactado negativamente pelo efeito da bebida, retendo os danos por mais tempo do que se imaginava.
Quais os principais riscos do consumo de álcool para o feto?
A SAF (Síndrome Alcoólica Fetal), citada anteriormente, é uma das principais consequências. A síndrome se caracteriza por apresentar características faciais anormais no bebê, baixo peso ao nascer, problemas relacionados à atenção e hiperatividade, além de má coordenação.
O diagnóstico de SAF, atualmente, leva em consideração apenas o consumo de álcool da mãe, o que, conforme a pesquisa, precisa de revisão.
Apesar de ainda restarem muitas dúvidas sobre quais os reais efeitos do álcool no organismo humano e como eles se manifestam, a abstinência completa de álcool antes da concepção se apresenta como uma precaução para aqueles que desejam se tornar pais.
Seguindo a orientação dos pesquisadores da Texas A&M University, o ideal seria um período de pelo menos três meses de abstinência antes do início das tentativas de engravidar.
Ainda assim, os estudos continuam com a finalidade de entender melhor estes processos e explorar ferramentas de intervenção compatíveis.