Quando se fala em novela logo vem a mente das pessoas a Rede Globo. Isso porque a emissora carioca é uma das maiores produtoras de novelas do país. No entanto, outras emissoras conseguiram conquistar o público e até incomodar a Globo com folhetins de sucesso.

Nos anos 80 a Band produziu várias novelas, porém, duas tramas fizeram tanto sucesso que fizeram o público da Globo trocar de canal. Nos anos 90 o SBT perturbou a audiência da Globo ao exibir a novela Éramos Seis. Depois foi a vez da Record incomodar a toda poderosa com a trama “Os Dez Mandamentos”. A seguir veja uma lista de novelas que não são da Globo e fizeram muito sucesso.

1. Éramos Seis (SBT)

Em 1994, o SBT colocou no ar a sua novela “Éramos Seis”, trama baseada no livro de Maria José Dupré e adaptada para a televisão por Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, com direção de Henrique Martins, Del Rangel e direção geral de Nilton Travesso.

 Uma das versões mais lembradas pelo público é a de 1994, exibida no SBT, um sucesso de audiência que garantiu também boa recepção da crítica. A trama, considerada uma das melhores novelas produzidas pela emissora de Silvio Santos, acompanhava a vida da família Lemos ao longo dos anos, sob o olhar da matriarca, Dona Lola (Irene Ravache).

 O elenco principal era formado por Irene Ravache, Othon Bastos, Jandir Ferrari, Tarcísio Filho, Luciana Braga, Leonardo Brício, Jussara Freire e Paulo Figueiredo.

A novela girava em torno da família Lemos ao longo dos anos, sob o olhar da matriarca, Dona Lola (Irene Ravache). Foi uma das melhores novelas já produzidas pelo canal de Silvio Santos. A trama por muitas vezes incomodou a Globo, que via o público parar de assistir o Jornal Nacional para ver a novela do SBT.

2. Pantanal (Rede Manchete)

Pantanal foi a novela da Manchete que fez um grande sucesso, tanto que o obrigou a Globo a mudar a sua programação e combater a evolução da trama da Manchete que crescia na audiência.

 Em 1990, Benedito Ruy Barbosa, novelista consagrado, escreveu Pantanal para Manchete. A emissora contratou um super elenco. Tanto a história quanto o elenco conquistaram a audiência. Todo mundo só falava da personagem de Cristiana Oliveira, Juma Marruá. 

3. Os Dez Mandamentos (Record TV)

A Record resolveu apostar em temas bíblicos para transformar em novela. Com isso fez uma grande produção, que chamou a atenção até da Globo.

A história de Moisés (Guilherme Winter) em Os Dez Mandamentos se consolidou como um dos maiores sucessos da teledramaturgia da emissora, chegando a superar a Globo na medição do Ibope. A emissora de Edir Macedo não poupou dinheiro e investiu em efeitos especiais, artifícios que marcaram as sequências das pragas do Egito e da abertura do Mar Vermelho.

Em 2021, a Rede Record vendeu os direitos de exibição da novela para a TV Brasil (emissora do Governo Federal). Os Dez Mandamentos conseguiu tirar a emissora pública saiu da 30ª posição no Ibope, atingindo a 5º lugar, sendo uma das cinco emissoras mais vistas no horário nobre durante a exibição da trama.  

4. Chiquititas (SBT) – Primeira Versão

Nos anos 90, o SBT resolveu fazer uma novela dedicada ao público infantil. Mais uma vez Silvio acertou em cheio ao colocar no ar a sua versão brasileira de Chiquititas.

A trama acompanhava as aventuras dos pequenos moradores do Orfanato Raio de Luz. A história marcou a infância de muita gente. No total, foram produzidas cinco temporadas, exibidas entre 1997 e 2001. Sucesso na TV e na música, os discos com as canções que embalavam a história venderam milhões de cópias.

Flávia Monteiro foi convidada especialmente por Nilton Travesso, diretor de teledramaturgia do SBT na época, para interpretar a protagonista Carol, tendo que fazer aulas de canto e dança para o papel.

No elenco tinha nomes que mais tarde ficariam famosos: Paloma Bernardi, Karina Dohme, Carla Diaz, Beatriz Botelho e Fernanda Souza.

Diferente da versão original, que trazia apenas atores mirins brancos, a versão brasileira destacou-se pela representatividade ao incluir crianças negras ou de descendência nativa como Aretha Oliveira, Pierre Bittencourt, Giselle Medeiros, Pollyana López, Luan Ferreira, Allan César Dias e Cauã Bernardes Souza, além de crianças de ascendência asiática como Vivian Nagura e Fábio Bruce Wu.

5. Xica da Silva (Rede Manchete)

Depois de Pantanal, a Manchete voltou a surpreender ao produzir a novela Xica da Silva. A emissora chamou para fazer o papel principal, a novata Taís Araújo, na época com 18 anos. Foi escrita por Walcyr Carrasco, que criou a história de uma ex-escrava com sede de justiça que desejava se vingar de todos que a humilharam no passado. 

Naquele ano, a trama causou polêmica. Isso porque tinha chocantes cenas de violência e erotismo que eram frequentes nos capítulos.

 Também participaram da novela, Victor Wagner, Drica Moraes, Carla Cabral, Murilo Rosa, Adriane Galisteu e Zezé Motta. 

6. Carrossel (SBT) – Versão Brasileira

Em 2012, Silvio Santos decidiu que sua emissora iria produzir a versão brasileira da novela mexicana “Carrossel”. E mais uma vez o homem do baú mostrou que entendia de TV. A trama fez tanto sucesso, que incomodou a Globo.

Helena Fernandes é uma professora jovem e bonita que leva consigo muito amor. Na escola, a professora tem o apoio dos funcionários Firmino e Graça que adoram os alunos. Adriano mora com sua mãe e seus amigos imaginários, entre eles, a meia falante Chulé. Cirilo mora com seus pais José e Paula Rivera, Carmen vive com seu irmão Eduardo e seus pais Inês e Frederico Carrilho. Maria Joaquina vive com sua empregada-babá Joana e seus pais Clara e Miguel Medsen.

As aventuras dos alunos da Escola Mundial viraram um fenômeno entre as crianças e eternizaram personagens como Cirilo (Jean Paulo Campos) e Maria Joaquina (Larissa Manoela).

7. Os Imigrantes (Band)

Em 1991, Benedito Ruy Barbosa escreveu para a Band a novela Os Imigrantes, que seria o grande sucesso da emissora no horário das 18h30.

Os Imigrantes foi dividida em diversas fases numa proposta da Rede Bandeirantes em retratar a imigração no Brasil no final do século XIX. Foi uma das mais bem produzidas telenovelas da emissora, chegando a ser um sucesso de audiência, e no entanto solidificou um público cativo de telenovelas para o canal e foi a grande campeã nas distribuições de prêmios em 1981 pela crítica especializada.

Em 1892, italiano Antonio Di Salvio, o espanhol Antonio Hernández e o português Antonio Pereira chegam ao Brasil sob a promessa de trabalho farto, se tornando grandes amigos e indo trabalhar nas lavouras de café do cruel Décio Coutinho, que trata os imigrantes com desprezo.

Hernandez é o primeiro a ir embora para São Paulo; Pereira vai na sequência após ser impedido de namorar Biá – filha ilegítima do fazendeiro com a ex-escrava Tude. Já Di Salvio enfrenta a fúria do Décio para cortejar Isabel, prometida ao primo Júlio.

O elenco da novela tinha vários atores e atrizes conhecidos do grande público:

• Rubens de Falco como Antonio Di Salvio
• Altair Lima como Antonio Hernández
• Othon Bastos como António Pereira
• Maria Estela como Isabel Coutinho Di Salvio
• Yoná Magalhães como Mercedez Molina Hernandez
• Valdir Fernandes como Primo Di Salvio
• Nicole Puzzi como Antonietta Martini Di Salvio
• Cristina Mullin como Nina Xavier (Nininha)
• Fúlvio Stefanini como Prof. Amadeu
• Ísis Koschdoski como Rosalia Di Salvio Bohrer
• Fausto Rocha Jr. como Renato Bohrer

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8) Cavalo Amarelo (Band)

Ivani Ribeiro escreveu para a Band a novela Cavalo Amarelo que se tornaria um grande sucesso no horário das 19 horas. Foi dirigida por David José com direção geral de Henrique Martins e direção de núcleo de Walter Avancini.

 No elenco estavam Dercy Gonçalves, Yoná Magalhães, Fúlvio Stefanini, Rodolfo Mayer, Jorge Dória, Márcia de Windsor, Rolando Boldrin e Maximira Figueiredo.

Dulcinéa é uma cômica ex-vedete que vive tentando salvar seu teatro das garras do amargurado Salvador Maldonado, dono do prédio que deseja derrubá-lo para construir um edifício comercial, mas é impedido por um antigo contrato. 

Maldonado, que idolatra uma estatueta de um cavalo amarelo a quem atribui seu sucesso nos negócios, tem quatro filhos de personalidades bem opostas: a fria Joana só pensa em dinheiro igual o pai, mas é estremecida ao conhecer o pobretão Alberto; Lalucha é rebelde e faz de tudo para ajudar Dulcinéa; Walter é submisso e controlado pelo pai, o que irrita sua esposa Belinha, que tem o casamento constantemente envenenado pelo sogro.

Já Téo é um festeiro que sempre foge de marcar a data do casamento com Maria do Carmo, filha dos milionários Júlio e Dedé, e acaba vivendo um amor proibido com Pepita, sobrinha de Dulcinéa e maior estrela do teatro.