Pó de Café: sexteto lança novo álbum 

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O grupo de jazz brasileiro Pó de Café lança nesta sexta-feira, 10 de novembro, o quinto álbum “Suíte do Café”, gravado juntamente com a orquestra USP Filarmônica, de Ribeirão Preto. O álbum está disponível em todas as plataformas musicais. Os arranjos foram desenvolvidos de forma coletiva sobre temas compostos pelo baixista Bruno Barbosa, pelo pianista Murilo Barbosa e pelo trumpetista Rubinho Antunes, que também assina as orquestrações.  
 
“Em cada um dos nossos trabalhos, nós sempre buscamos um mote. Nos nossos discos anteriores, o samba-jazz, a música afrobrasileira, a música caipira e a pandemia foram nossas inspirações. Agora nós quisemos fazer uma homenagem à cidade onde atuamos. Afinal, o município já foi a capital mundial do café e levamos até o café no nome. Por que não uma música sobre o café?”, ressalta o baixista Bruno Barbosa. 
 
Uma suíte é uma peça musical composta por vários movimentos várias músicas dentro da mesma música. As oito composições da “Suíte do Café” se complementam em uma peça musical que une a tradição da orquestra sinfônica com as sonoridades contemporâneas do jazz afrobrasileiro do Pó de Café. Para tanto, somam-se ao sexteto mais 35 músicos da USP Filarmônica, regidos por José Gustavo Julião Camargo. 
 
As raízes agrícolas da cidade de Ribeirão Preto são evidentes. Famosa por ter sido a “capital mundial do café” – produto que lastreou a economia da cidade desde a segunda metade do século XIX até os anos 40 do século passado –, Ribeirão traz as marcas culturais desse processo histórico até hoje.  
 
Uma obra que fale sobre o café, é portanto “falar da própria história da cidade, com todos os seus benefícios e problemas, seus personagens, seus trabalhadores, seus líderes, seus cenários contrastantes e mazelas. Um mosaico de pontos de vista, como uma música de múltiplas formas, interconexões e planos, justamente como uma suíte, música de forma livre que une diversos temas em sucessão”, ressalta o pianista Murilo Barbosa. 
 
As oito músicas da “Suíte do Café” seguem o arco histórico do primeiro ciclo econômico do café no Brasil. O historiador Daniel Deminice foi um consultor para as pesquisas realizadas pelos músicos em busca de histórias e dados sobre o período.  
 
O pesquisador explica que “Ribeirão Preto é marcada pelo que os livros chamam de “Belle Époque Caipira”, uma consequência da urbanização influenciada pela estética europeia do século XIX e propiciada pelo dinheiro dos negócios do café. Um processo contraditório que aliou prosperidade econômica, urbanização e degradação ambiental”, ressalta o historiador. 
 
O Pó de Café é formado por Bruno Barbosa (baixo), Duda Lazarini (bateria),  Marcelo Toledo (sax), Murilo Barbosa (piano), Neto Braz (percussão) e Rubinho Antunes (trumpete) e começou como um encontro informal de músicos profissionais de Ribeirão Preto que tinham a intenção de explorar a musicalidade do jazz e da música instrumental. Quase catorze anos depois, o grupo já gravou cinco discos e participou de festivais nacionais e internacionais.  
 
Ao longo de sua trajetória, o grupo também fez parcerias com personalidades da cultura brasileira. Em 2019, o “Pó de Café” realizou uma série especial de shows pelo interior paulista para homenagear os 60 anos do disco “Kind of blue”, de Miles Davis, com comentários do músico e humorista Reinaldo Figueiredo. E o último álbum, “Interior”, lançado em 2021, contou com a participação especial da cantora Maria Rita.  
 





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